A Portugal Telecom convidou 17 empresas, parceiras ou não, a apresentarem os seus modelos de negócio aos investidores, analistas e imprensa internacionais que estiveram no segundo dia da Conferência Tecnologia & Inovação.

Marcaram presença empresas de pequena e média dimensão (PME) que competem no mercado internacional, mas também empresas portuguesas que estão a desenvolver soluções tecnológicas para o futuro dos seus negócios. A tecnológica WeDo, do universo Sonaecom, a Mobbit, representada por Rafael Mora, do grupo Ongoing, e a fornecedora do serviço "soundcloud" da PT NMusic, foram algumas de várias tecnológicas representadas numa conferência que se queria de inovação.

A operadora liderada por Zeinal Bava promoveu a iniciativa para apresentar a estratégia que tem vindo a implementar nos últimos anos. E para convencer investidores e analistas do sector de que continua a apostar no futuro, apesar do ambiente económico adverso.

No segundo dia de uma conferência cujo início foi considerado "muito impressionante e concorrido", pelo Morgan Stanley, a operadora deu a conhecer os seus parceiros tecnológicos, estendendo o convite a outras empresas inovadoras. Entre elas esteve a Nelo, que foi mediatizada nos Jogos Olímpicos de Londres deste ano por fornecer caiaques à maior parte das equipas medalhadas.

A conferência realizada na segunda e terça-feira veio substituir o Dia do Investidor, que era promovido anualmente pela operadora. O evento em que a Portugal divulgava metas para os anos seguintes, aos analistas financeiros, foi suspenso desde o início da crise internacional.

Soluções na montra da PT

Leia Também

Portugal Telecom "oferece" 16 GB na "nuvem" a todos os portugueses

NMusic é parceira da PT para o "triple-play" música
Celestino Alves é fundador e presidente da NMusic, a empresa que disponibiliza o serviço de "streaming" de música aos clientes da Portugal Telecom, através do Sapo, Meo ou TMN. Com um passado na rádio e os dois pés alinhados com a estratégia da PT, Celestino Alves promete gerir a tecnológica com a abordagem de uma estação de rádio: dar música a ouvir, gratuitamente, aos clientes, através de um serviço "triple-play".

Assim cumpre um dos eixos estratégicos da operadora que diz que a mobilidade é a pedra de toque da relação com os clientes. Pelo NMusic, dois namorados podem, por iniciativa de um, ouvir a mesma música, em simultâneo, à distância. "Não há maior intimidade do que isto", afirmou Celestino Alves ao Negócios.

Caiaques da Nelo somam 65 medalhas olímpicas
Os caiaques Nelo estiveram presentes nas últimas cinco edições dos Jogos Olímpicos e as equipas que recorreram às embarcações desportivas fabricadas em Portugal já amealharam 65 medalhas olímpicas.

A Nelo foi criada há 34 anos por Manuel Ramos e ganhou dimensão ao aceder ao mercado de canoagem no Reino Unido, nos anos de 1980, onde o desporto é significativamente mais popular do que em Portugal. Desde então foi conseguindo cada vez maior visibilidade na canoagem e a partir dos anos 2000 passou a estar a par de empresas de topo mundial. "A concorrência foi dura de roer durante muito tempo", mas os fabricantes norte-americanos foram, entretanto, ultrapassados. Agora, a concorrência vem do Leste europeu, na Polónia.

"A vida é um jogo" e a Biodroid quer conquistar o mundo
Diogo Horta e Costa entrou em palco em cima de um skate para representar a Biodroid. Ainda que tenha avisado, com recurso a estudos de mercado, "que os jogos não são só para miúdos", mostrou desde logo que não se apresentara na conferência da PT para brincar. A Biodroid cria jogos integralmente desenvolvidos em Portugal, com parcerias com celebridades desportivas como Cristiano Ronaldo e José Mourinho, ou os surfistas Taj Burrow e o português Tiago Pires, também conhecido por Saca.

O mercado de jogos para telemóvel está avaliado em nove mil milhões de dólares e a Biodroid quer uma fatia. "Vamos começar a ganhar muito dinheiro no espaço dos jogos de celebridades desportivas", afiançou Diogo Horta e Costa.

WeDo: Tudo o que fazemos traz valor acrescentado
"Tudo o que fazemos é valor acrescentado para Portugal", disse Rui Paiva ao Negócios. Ou seja, os 80% do volume de negócios que são conseguidos no estrangeiro, consistem em exportações líquidas que não são compensadas pela compra de produtos e serviços a empresas estrangeiras, esclareceu.

A tecnológica do universo Sonaecom tem 150 clientes em 82 países. O país precisa de ser mais reconhecido, como "marca" nas tecnologias, tal como acontece no sector do turismo, por isso, "parabéns à PT", diz o rival.