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Governo só decide privatização da CP Carga após nova avaliação da empresa
O Governo vai pedir uma nova avaliação da CP Carga para decidir se avança com a privatização da empresa, tendo em conta os investimentos a realizar na rede ferroviária, segundo a proposta das Grandes Opções do Plano (GOP).
"O Governo irá solicitar uma nova avaliação da empresa, de maneira a dispor de informação que o habilite a decidir os próximos passos deste processo", lê-se na proposta enviada aos parceiros sociais, a que a Lusa teve acesso.
Esta nova avaliação da empresa resulta de "um conjunto de investimentos prioritários na infra-estrutura ferroviária a realizar no horizonte 2014-2020, que terão efeito na operação da CP Carga", explica.
Entretanto, já tiveram início os trabalhos com vista à transferência dos terminais ferroviários de mercadorias para a REFER, gestora da rede, um processo que deverá estar concluído até ao final do ano.
A CP Carga registou um prejuízo de 10 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma melhoria de 26,6% no resultado líquido da empresa face ao período homólogo de 2013.
De acordo com dados divulgados pela empresa de transporte ferroviário de carga, no primeiro semestre, registou-se um aumento de 11,7% nas toneladas transportadas, em termos homólogos, para 4,5 milhões.
Esta evolução corresponde a "um assinalável crescimento" da actividade, indicou a empresa do grupo CP em comunicado, acrescentando que obteve também uma redução de custos de 4,1% no primeiro semestre, para 35,5 milhões de euros.
Na proposta das GOP, a que a Lusa teve acesso, o Governo admite ainda no sector ferroviário uma potencial abertura progressiva do capital da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF).
Em relação à privatização da TAP, a proposta que chegou aos parceiros sociais reafirma que "o processo será relançado assim que o Governo entenda que estejam reunidas as condições adequadas ao sucesso da operação".
O Governo reitera ainda a intenção de lançar os processos de concessão das operações dos serviços públicos de transportes de Lisboa - Carris e Metropolitano de Lisboa - durante o segundo semestre de 2014, depois de a operação ter sido lançada nos transportes do Porto.