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Governo alemão desmente 10 mil despedimentos anunciados por Villepin

O governo alemão desmentiu hoje que o consórcio europeu EADS, empresa-mãe da Airbus, tenha planos para despedir 10 mil trabalhadores, como afirmou o primeiro-ministro francês Dominique de Villepin, em entrevista ao canal de televisão RTL.

20 de Fevereiro de 2007 às 15:39
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O governo alemão desmentiu hoje que o consórcio europeu EADS, empresa-mãe da Airbus, tenha planos para despedir 10 mil trabalhadores, como afirmou o primeiro-ministro francês Dominique de Villepin, em entrevista ao canal de televisão RTL.

"Ainda não está nada decidido", disse hoje em Berlim o porta-voz do executivo germânico, Thomas Steg.

"Os relatos sobre a dimensão da redução de postos de trabalho e a respectiva divisão pelas unidades de produção da empresa baseiam-se em especulações, as decisões estão nas mãos dos gestores da EADS", garantiu Steg.

Villepin tinha afirmado anteriormente à RTL que a adaptação da empresa inclui "medidas delicadas, e os planos são para reduzir 10 mil postos de trabalho".

O primeiro-ministro gaulês disse ainda que a crise da EADS será um dos temas centrais da cimeira franco-alemã entre a chanceler Angela Merkel e o presidente Jacques Chirac, no Palácio de Meseberg, nos arredores de Berlim.

O co-director geral do consórcio Tom Enders, também não confirmou as declarações do primeiro-ministro francês à RTL.

"Parece que Villepin sabe mais do que eu sobre isso", disse hoje Enders, à margem de uma conferência em Hamburgo.

O co-director-geral recusou-se também a adiantar quando é que serão conhecidos os detalhes do "Power8", nome do plano de saneamento da Airbus, cuja divulgação esteve marcada para hoje, mas foi inesperadamente adiada.

Em comunicado publicado na segunda-feira, em Paris, a EADS justificou o adiamento, afirmando que "não houve acordo quanto aos detalhes" do plano, referindo, expressamente, o problema da divisão do trabalho pelas unidades de produção internacional, para construir o avião de longo curso A350XWB.

No entanto, segundo relatos da imprensa alemã e francesa, a controvérsia gira também em torno da atribuição dos pacotes laborais para construir o jacto de longo curso A350.

A mesma imprensa alemã e francesa tem afirmado que existe um braço de ferro entre Berlim e Paris, para evitar despedimentos nas fábricas alemãs ou francesas do grupo.

O ministro da economia alemão, Michael Glos, chegou mesmo a ameaçar com a suspensão de encomendas militares à Airbus, se as fábricas alemãs do grupo forem afectadas pela reestruturação.

"Estou certo de que nos próximos dias haverá conversações frutuosas", referiu ainda Enders, acrescentando que "muitos receios e cenários de horror" em torno de eventuais despedimentos na EADS "são exagerados".

O mesmo responsável acrescentou que Hamburgo "é uma das grandes unidades de produção da EADS e continuará a ser", embora a empresa "tenha de mover uma grande roda, para garantir que o Airbus é competitivo".

A EADS, que tem sobretudo capitais alemães e franceses, emprega mais de 50 mil pessoas em toda a Europa, 23 mil das quais na Alemanha.

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