O Banco Comercial Português (BCP) está entre os bancos europeus cujos fundos de pensões acumulam perdas, não expressas nos respectivos balanços, superiores a mil milhões de euros.

A conclusão é da Standard & Poor´s, segundo a qual a introdução das novas regras internacionais de contabilidade não produziu o necessário grau de transparência sobre a situação financeira dos fundos de pensões detidos pelos bancos. "As pensões são um risco sério para as contas destes bancos, e um risco não muito diferente dos demais que enfrentam", alerta Eddie Khamoo, director do departamento de serviços financeiros da S&P, citado pelo "Financial Times".

O estudo da agência norte-americana de notação do risco ("rating") conclui que os maiores bancos europeus acumulam actualmente cerca de 16 mil milhões de euros de perdas resultantes de défices dos seus fundos de pensões, perdas essas que não se encontram devidamente traduzidas nos relatórios e contas das entidades financeiras.

A Standard & Poor´s, que analisou a situação de 44 bancos europeus, cita o BCP, ao lado do Credit Suisse, Barclays, ABN Amro e UBS, como exemplo de bancos cujas perdas não reconhecidas dos respectivos fundos de pensões ultrapassa os mil milhões de euros.

Em contrapartida, conclui que apenas meia dúzia de bancos, caso do HSBC, Royal Bank of Scotland e o Crédit Agricole, fornece informações sobre possíveis ganhos e perdas em função da evolução de várias variáveis relevantes para o desempenho dos respectivos fundos de pensões.

Na opinião da S&P é fundamental que os bancos informem os investidores sobre a real dimensão e natureza das responsabilidades assumidas pelos seus fundos de pensões. No caso do BCP, a quase totalidade das participações em empresas tem sido realizada através do fundo de pensões daquele que é o maior banco privado português.