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Funcionários oferecem "um cafezinho" aos clientes que ocupam banco no Porto

Alguns funcionários do Banco Privado Português (BPP) chegaram hoje de manhã às instalações do banco no Porto e ofereceram "um cafezinho" aos clientes que ocupam o edifício desde quinta-feira, disse um porta-voz dos depositantes.

08 de Maio de 2009 às 10:49
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Alguns funcionários do Banco Privado Português (BPP) chegaram hoje de manhã às instalações do banco no Porto e ofereceram "um cafezinho" aos clientes que ocupam o edifício desde quinta-feira, disse um porta-voz dos depositantes.

"Já entraram alguns funcionários e até nos ofereceram um cafezinho", contou à Lusa Durval Padrão, porta-voz dos clientes do BPP que ocupam as instalações da delegação portuense do banco, na Foz.

Dois dos clientes abandonaram temporariamente as instalações, tendo um deles explicado que iria voltar, depois de ir a casa para "fazer a barba e tomar um banho". Uma viatura da PSP encontrava-se hoje de manhã estacionada à porta do número 877, da Rua de Gondarém, onde funciona a delegação local do BPP.

Alguns agentes permanecem no interior das instalações, numa presença discreta.

Do grupo inicial de uma centena de clientes que ocuparam quinta-feira as instalações do BPP no Porto, cerca de cinquenta passaram a noite no local e deverão ser entretanto substituídos por outro grupo, segundo Durval Padrão.


A jornada nocturna decorreu sem quaisquer incidentes e a maioria dos ocupantes manteve-se acordada, "em amena cavaqueira", segundo confidenciou um deles.

"Só dois ou três é que dormiram", acrescentou.


Não faltou comida nem bebidas e a PSP permaneceu no local, atenta mas sem intervir, e a sua acção foi aliás muito elogiada pelos clientes.

"A polícia foi muito simpática e muito compreensiva connosco", realçou Durval Padrão.

Os clientes do BPP garantem que não vão sair das instalações enquanto não se demitir a administração do banco.


"Enquanto eles não saírem, nós também não saímos. Não nos revemos neles", disse Durval Padrão.

O porta-voz informou também que, nas últimas horas, não houve contactos com a administração do BPP, no sentido de ser ultrapassada a situação

Os clientes do BPP exigem que o Governo cumpra a promessa de pagamento dos depósitos, rejeitando deixar o banco sem um sinal positivo.

Reclamam "um tratamento igual ao dos clientes do BPN" e recordam "a promessa do ministro das Finanças de que nenhum português iria ficar sem os seus depósitos".

Durval Padrão reafirmou que o passo seguinte pode ser a ocupação das instalações do BBP em Lisboa, já na próxima semana.


Se tal acontecer, Durval Padrão referiu que "as pessoas já vão aceleradas" e que "é importante que a administração tome uma decisão, porque as coisas vão ser complicadas daqui para a frente, pois há situações dramáticas".

"Nós não somos um bando de arruaceiros e queremos dialogar. Nós não somos os maus, nós estamos é sem o nosso dinheiro", argumentou.

Admitiu, no entanto, que "se administração andou seis meses e não fez nada", os clientes não vão querer que "o poder político, numa ou duas horas ou num dia, resolva a situação".

"Em primeiro lugar, a administração tem que se demitir, porque nós não lhe queremos pagar mais os salários", insistiu.

"O segundo ponto, é que seja o primeiro-ministro e o ministro das Finanças a assumir esta situação, porque nós entendemos que são pessoas de bem e são as únicas pessoas que nos podem ajudar neste momento", acrescentou o porta-voz do grupo.

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