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FIPA: Indústria agroalimentar espera políticas à altura dos "enormes desafios"
Medidas para ajudar indústria agroalimentar e de bebidas podem passar, desde logo, pelo corte do IVA nos produtos taxados a 23% e pelo fim dos impostos especiais de consumo, insiste a FIPA.
O presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), Jorge Tomás Henriques, defendeu, esta terça-feira, políticas que permitam à indústria fazer face aos "enormes desafios" com que se depara como a redução do IVA ou o fim dos impostos especiais sobre o consumo.
"O ecossistema agroalimentar enfrenta grandes desafios que a pandemia e a guerra aceleraram ou criaram", sublinhou, elencando, entre outros, a "forte concorrência" de outros países, as "disrupções na cadeia de valor" ou o "ciclo do aumento dos custos de fatores de produção como eletricidade, gás ou materiais de embalagem".
"Há dificuldades que ainda hoje estão a impactar o setor e exigem uma boa articulação das ações públicas e privadas", apontou, lembrando que, "apesar das enormes adversidades, a indústria agroalimentar nunca parou nem nunca poderá parar".
No entanto, "os nossos setores nunca fizeram disto especial bandeira porque é a nossa obrigação. Está no nosso ADN", enfatizou, num discurso durante a conferência para a competitividade, organizada pela Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), sob o tema "Desafios e Oportunidades em Tempos de Inflação".
Para Jorge Tomás Henriques afigura-se essencial "reforçar a competitividade assente num quadro de políticas que promovam a concorrência, aumentem o emprego e alavanquem as exportações" que, a seu ver, devem ser "os principais desígnios para o país".
E, neste sentido, advogou, é preciso "consolidar a estratégia pública de apoio à atividade transformadora alimentar, colocando o foco em investigação e desenvolvimento", designadamente com a ajuda das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030, assim como "impulsionar a exportação e a internacionalização, com foco na promoção das marcas".
Em paralelo, como tem vindo a insistir a FIPA, Jorge Tomas Henriques apontou que nenhum produto do complexo agroalimentar deveria ser onerado com uma taxa de IVA superior à intermédia (13%), como acontece, por exemplo, com o óleo alimentar, bolachas, chocolates ou bebidas refrescantes, defendendo igualmente que os impostos especiais ao consumo devem também ser reduzidos ou mesmo eliminados.