Filipe Pinhal abandonou o BCP no dia 16, logo após a assembleia geral que elegeu Santos Ferreira, e está, neste momento, a estudar desenvolver actividade por conta própria, provavelmente, na área da consultoria.

Em declarações ao "Diário Económico", o ex-presidente do maior banco privado do país, disse que, apesar de ser reformado do BCP e ter deixado de exercer quaisquer funções na instituição,  quer continuar a trabalhar "para manter a cabeça e o espírito activos". Pinhal acrescentou que ainda está a estudar eventuais projectos, tendo-se recusado a adiantar mais pormenores. Uma das hipóteses é vir a trabalhar como consultor. "Ainda não tomei nenhuma decisão, mas admito a possibilidade de vir a fazer consultoria", sublinhou.

O ex-banqueiro, que esteve ligado ao BCP desde a fundação, deixa o banco envolto numa forte polémica, na sequência das investigações abertas pelas autoridades de supervisão - Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) - e pelo DIAP.

O que Filipe Pinhal já decidiu é que não irá saltar do BCP para outras empresas: "Assumir funções em qualquer outra empresa é uma situação completamente afastada", garantiu ao Diário Económico. Isto porque, explicou, já recebe reforma do BCP, mas também porque dificilmente encontraria uma empresa que não mantivesse qualquer ligação com o BCP. No sector financeiro, existe mesmo um impedimento, que resulta dos estatutos da instituição. Os antigos administradores do BCP estão impedidos de exercer funções em qualquer instituição financeira, salvo em representação do próprio banco.