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Filha de Stanley Ho contesta divisão da fortuna

Stanley Ho deu por terminada a contenda familiar pela divisão da sua fortuna, mas entretanto surgiu uma filha da primeira mulher a contestar a partilha e a lembrar a influência da mãe na construção do império de jogo.

27 de Janeiro de 2011 às 08:40
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"Não posso acreditar que o meu pai deixasse a família da minha mãe sem absolutamente nada", afirmou Ângela Ho, filha de Stanley e Clementina, a primeira mulher e, se acordo com o conhecido, a única casada legalmente com o magnata.

Ângela Ho, que se refere sempre às outras mulheres do pai como "as amantes", recorda numa carta enviada às redacções de Macau e Hong Kong que a fortuna conquistada pelo pai teve início em Macau com a concessão exclusiva dos jogos em casino, um concurso que Stanley Ho ganhou em 1961 devido "às ligações a Portugal e à posição social em Macau" de Clementina Leitão Ho.

"O meu pai falou comigo em muitas ocasiões e sublinhou que pretendia dividir o seu património de forma igual entre todos os seus filhos", acrescentou Ângela Ho, numa carta divulgada na noite de quarta-feira.

Ângela Ho é filha mais velha de Stanley e Clementina, que morreu em 2004, depois do seu irmão Robert, que faleceu na marginal de Lisboa num acidente de viação, e tem como irmãs Jane e Deborah.

A contenda pela divisão da fortuna de Stanley Ho começou quando o magnata acusou esta semana, através do seu advogado, a terceira mulher, Ina Chan, e os cinco filhos da segunda mulher -- Pansy, Daisy, Maisy, Josie e Lawrence -- de "apropriação fraudulenta" de acções, um caso que segundo o causídico poderia acabar em tribunal.

Em causa está a empresa Lanceford, que controla grande parte da fortuna do império Ho, estimada em 3.000 milhões de dólares, que a partir de 27 de Dezembro contou com a redução da participação de 100% de Stanley Ho para 0,02% e o aumento de zero para 99,98% de participação de Ina Chan e dos filhos da segunda mulher.

A Lanceford passou a deter 31,6% da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), sendo o maior accionista individual da empresa, que, por sua vez, detém a participação maioritária da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), que controla mais de 30% do mercado de jogo de Macau.

Acompanhado por Ina Chan e pela sua filha Florinda, Stanley Ho, fez na quarta-feira um inesperado anúncio em directo na televisão de Hong Kong em que afirmou estar "resolvida" a disputa familiar sobre a sua fortuna, confirmando a transferência de acções para as famílias das suas segunda e terceira mulheres.

"Com esta saga, eu e a minha família ficámos muito infelizes", disse o magnata, 89 anos, numa das raras aparições públicas desde o verão de 2009, quando sofreu uma queda em casa que o obrigou a mais de sete meses de internamento hospitalar, encontrando-se desde então em recuperação.

"Eu amo a minha família. Nunca nos processámos. O assunto foi resolvido", acrescentou Stanley Ho, salientando já não precisar dos serviços do advogado Gordon Oldham, apesar de se ter voltado a encontrar com o causídico, que disse à imprensa que poderão haver ainda surpresas. As declarações de Ângela Ho e do próprio advogado reacendem uma polémica que parece estar longe de terminar.

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