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Stanley Ho: De nono filho de um império perdido a milionário

Natural de Hong Kong, Ho Hung Sun, mais conhecido por Stanley Ho, nasceu a 25 de novembro de 1921, é o nono filho de uma família de empresários que perderam o império na segunda Guerra Mundial e que conquistou fortuna em Macau.

26 de Janeiro de 2011 às 13:31
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Natural de Hong Kong, Ho Hung Sun, mais conhecido por Stanley Ho, nasceu a 25 de novembro de 1921, é o nono filho de uma família de empresários que perderam o império na segunda Guerra Mundial e que conquistou fortuna em Macau.

Ao longo da sua vida de empresário ligado ao setor do jogo, Stanley Ho nunca se cansou de explicar as suas origens: um pai bem instalado na vida que perde a fortuna na guerra, um filho ambicioso que troca os estudos pelos negócios, que troca a britânica Hong Kong pela portuguesa Macau e que na cidade faz fortuna ao lado da mulher Clementina.

Apesar de ter negado dezenas de vezes seguir orientações de mestres de feng-shui, Stanley Ho é apontado como alguém que não toma uma decisão sem consultar os adivinhos chineses, mas certo é que a vida do magnata está recheada de conceitos e preconceitos que o ligam à geomancia chinesa.


Ninguém se lembra de passar no hotel Lisboa sem ver obras e ninguém se recorda de alguma palavra menos carinhosa a Clementina Leitão Ho, a sua "adorada esposa" como mandou escrever nos ramos de flores que levou ao funeral da sua única, pelo menos conhecida, verdadeira mulher, apesar de serem conhecidas outras três mulheres e 13 filhos fora do casamento.

Mesmo depois da morte de Clementina, Stanley Ho dizia querer continuar a cumprir os seus desejos de apoio aos mais desfavorecidos e à educação em português na cidade, valorizando a condição de macaense da esposa.

Com quatro "famílias" e 16 filhos vivos -- Robert, filho de Clementina, morreu com a mulher num acidente na marginal em Lisboa deixando duas filhas que ficaram a cargo de Stanley Ho -- o magnata está ligado ao desenvolvimento de Macau e Macau ao crescimento da sua fortuna.

Quando ganhou o contrato de exploração exclusiva do jogo em 1961, Macau era uma cidade adormecida e foi devido às constantes revisões do contrato de concessão e às exigências feitas ao magnata, que Macau é hoje uma cidade desenvolvida.

Investimentos em várias áreas foram multiplicando milhares de vezes a fortuna de Stanley: do jogo ao imobiliário, da navegação a companhias de transporte aéreo, da China à Europa e África.


A transformação de Macau desde a década de 1960 tem a assinatura de Stanley Ho, desde a dragagem dos canais de navegação - uma das imposições do contrato de concessão de jogos - à construção do Centro Cultural de Macau, do Aeroporto Internacional e à constituição da Air Macau.

Ganhou milhões, mas também investiu milhões e durante anos foi o principal empregador privado da cidade.

Os casinos de Stanley Ho continuam a dominar a maior quota de mercado, o magnata tem quase um terço das receitas brutas do jogo e é o maior operador de casinos.

De nacionalidade chinesa, britânica e portuguesa, Stanley Ho, de 89 anos, é um produto de Macau, de Hong Kong e da China, um patriota que vai a leilão comprar antiguidades roubadas à mãe-pátria.

A popularidade do magnata é abrangente na Ásia, mas também na Europa, ostentando a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, entregue por Portugal.

Depois de anos de especulação sobre quem seria o seu sucessor, Stanley Ho parece estar decidido a dividir o império de forma equitativa, mas os interesses das mulheres e dos filhos podem estar longe de serem resolvidos.

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