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Farfetch remodela negócio e prepara adeus ao segmento de beleza um ano depois

Plataforma de comércio de moda de luxo anunciou, no início do ano passado, planos para lançar uma "proposta de valor mais alargada" no segmento da beleza e cosmética, ramo que agora se prepara para abandonar.

Paulo Duarte
14 de Agosto de 2023 às 10:44
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A Farfetch vai abandonar o segmento de beleza, pouco mais de um ano depois de ter entrado no negócio, com marcas como Chanel, Gucci o Tom Ford, segundo o Business Of Fashion.

A empresa de comércio eletrónico de vestuário e luxo, do português José Neves, com sede em Londres, está a liquidar os "stocks" e planeia desfazer-se da Browns e Violet Grey, as quais comprou, em janeiro de 2022, para preparar o salto para o segmento da beleza e cosmética, de acordo com o portal, citado, esta segunda-feira, pelo "site" Moda.es, também especializado em moda.

Até ao momento, a Farfetch não indicou quando deixará de vender os "stocks" de cosmética. Os primeiros passos nesse ramo foram dados em abril do ano passado, com a oferta de um nova categoria na sua plataforma dedicada à beleza, onde colocou à venda a primeira coleção de fragrâncias da "Off-White".

Em paralelo, a empresa também dispunha de um comité (o "Farfetch Beauty Global Collective") formado por fundadores de marcas e especialistas no setor para dirigir a nova divisão. Do grupo fazia parte designadamente Cassandra Grey, fundadora da Violet Grey, maquilhadoras profissionais, como Erin Parsons e Isamaya Ffrench e a dermatologista americana Michelle Henry, entre outros.

A Farfetch adquiriu, no início do ano passado, a plataforma online de cosmética Violet Grey, com o objetivo de dar o salto para esse ramo durante esse exercício. A empresa não revelou o valor da compra, mas sublinhou, na altura, que, desde o lançamento, a Violet Grey ganhou um estatuto de "plataforma de conteúdo de beleza de referência", construindo uma "comunidade dedicada e fiel". A Violet Grey vende algumas das marcas mais exclusivas do segmento de beleza, como a La Mer ou os produtos da Chanel. 

A Farfetch fechou o ano passado com lucros de 345 milhões de dólares, uma queda homóloga de 77%, registando um volume de negócios de 2,3 mil milhões (+ 3% face a 2021).

No entanto, no quarto trimestre perdeu 177 milhões de dólares, que compara em termos homólogos com um lucro de 97 milhões, uma tendência que se manteve no arranque deste ano, já que entre janeiro e março, apesar de do aumento das vendas (de 8%), obteve prejuízos de 174 milhões de dólares. Os resultados do segundo trimestre são apresentados, esta quinta-feira, dia 17.

Fundada por José Neves em 2007 e lançada no ano seguinte, a Farfetch começou como um "marketplace" de comércio eletrónico para boutiques de luxo em todo o mundo. Hoje liga 3,9 milhões de clientes ativos em mais de 190 países e apresenta produtos das 1.400 melhores marcas, boutiques e lojas de departamento em mais de 50 países assegurando, uma oferta de uma extensa coleção de luxo na sua plataforma.

A Farfetch está cotada na bolsa de Nova Iorque desde setembro de 2018.
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