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Farfetch passa de lucro a prejuízo no segundo trimestre do ano
Entre abril e junho, a empresa liderada por José Neves registou um prejuízo de mais de 258 milhões de euros, depois de contabilizar lucros superiores a 62 milhões de euros no mesmo período do ano passado. Após divulgar estes números, as ações da Farfetch tombam mais de 33% no "after hours".
Tal equivale a um prejuízo por ação de 0,68 dólares, contra um lucro por ação de 0,18 dólares entre abril e junho do ano passado.
A plataforma de comércio de moda de luxo registou receitas de 572 milhões de dólares, uma queda de 1,28% face ao período homólogo e aquém do esperado pelo consenso de mercado (650,71 milhões de dólares).
O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) aprofundou a queda para um resultado negativo de 30,57 milhões de dólares, contra 24,224 milhões no segundo trimestre do ano passado.
Já o valor bruto das mercadorias (GMV – Gross Merchandise Value) cresceu 1,2% para 1.032,6 milhões de dólares. Sem o impacto cambial, o GMV teria subido apenas 0,8%.
O GMV da plataforma digital aumentou 6,9% para 944,3 milhões de dólares. Sem o impacto cambial o crescimento seria de 6,6%.
No comunicado de apresentação das contas, José Neves – fundador, chairman e CEO da empresa – afirma que "os nossos resultados mostram que a Farfetch está a crescer, a tornar-se mais eficiente e a executar as nossas principais prioridades estratégicas".
"Também tomámos medidas decisivas para nos adaptarmos ao ambiente macroeconómico dos últimos 18 meses", acrescenta o CEO.
Apesar destes números, José Neves acredita que "2023 está preparado para ser um grande ano para a Farfetch, com forte crescimento do GMV, rentabilidade do EBITDA ajustado e um cash flow positivo".
No "guidance" para este ano, a empresa aponta para que o GMV seja de 4,4 mil milhões de dólares, uma subida face aos 4,1 mil milhões contabilizados o ano passado.
Já a receita – acredita a Farfetch – deverá subir de 2,3 mil milhões de dólares no ano passado para 2,5 mil milhões este ano.
Após a divulgação destes números, as ações da empresa seguem a derrapar 33,61% no "after hours", após caírem 1,65% no fecho regular da sessão bolsista.