A Novis, operador de rede fixa do Grupo Sonae, assinou um acordo para a utilização das redes e direitos de acesso de fibra óptica do Exército português, revelou Diogo da Silveira, presidente da comissão executiva da Novis.

A operadora fixa adiantou ao diário Público que prevê investir 19,9 milhões de euros (quatro milhões de contos) até ao final do ano em redes urbanas, sendo que este acordo implicará a maior fatia desse investimento.

O protocolo, assinado na sexta-feira, prevê o princípio da reciprocidade e concede à Novis direitos de passagem sobre as redes de fibra óptica que o Exército utiliza para as suas comunicações privadas.

Em contrapartida, a Novis irá assegurar a manutenção nas zonas de utilização comum e permitirá o acesso do Exército à rede de telecomunicações que vier a instalar entre Lisboa e Porto. O Exército irá beneficiar de um desconto de dez por cento no preço dos serviços de telecomunicações civis que o Exército vier a contratar com a Novis.

Em Lisboa, a extensão da rede de fibra óptica do Exército perfaz um pouco mais de cem quilómetros de extensão, enquanto no Porto abrange cerca de 20 quilómetros. Além destes dois centro urbanos, Coimbra, Beja ou Évora também estão incluídas no acordo.

«Este acordo está longe de cobrir as necessidades da Novis, mas dá à empresa um acesso semelhante a uma grande circular, que permite a entrada nas principais cidades do país», acrescentou Diogo da Silveira.

Os novos acessos cobrem cerca de 75% das necessidades para a cidade de Lisboa, podendo a parte restante ser assegurada pela rede municipal de semáforos. Neste sentido, a Novis entre outras operadoras têm negociações em curso com a câmara municipal de Lisboa para a utilização da fibra óptica que liga os semáforos localizados nos principais eixos viários.

A Novis mantém em curso as negociações com a Refer, que se associou ao Grupo IPE- Investimentos e Participações Empresariais, de modo a usufruir da sua extensa rede de fibra óptica. A Novis equaciona também a hipótese de construir uma rede própria, com extensão total de dois mil quilómetros e um investimento de 99,7 milhões de euros (20 milhões de contos). Outro projecto, que será objecto de decisão no final do mês, é a instalação de cabos submarinos ao longo da costa nacional.

Às 10h, as acções da Sonae SGPS cotavam nos 47,29 euros (9.480 escudos) a subir 1,37%.