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Estudo defende vantagens do aeroporto no Poceirão

Um estudo preliminar feito pelo especialista em transportes José Manuel Viegas conclui que o impacto ambiental do novo aeroporto será menor se este for construído no Poceirão, mas a Naer diz que esta "sugestão", não tem "fundamentação em estudos técnicos"

23 de Março de 2007 às 19:04
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Um estudo preliminar feito pelo especialista em transportes José Manuel Viegas conclui que o impacto ambiental do novo aeroporto será menor se este for construído no Poceirão, mas a Naer diz que esta "sugestão", não tem "fundamentação em estudos técnicos".

O estudo, a que a Lusa teve hoje acesso, propõe que o novo aeroporto seja construído no Poceirão, freguesia situada na margem sul do Tejo, por esta localização oferecer vantagens ambientais e de comunicações, relativamente à Ota.

São identificados quatro atributos favoráveis: localização em terrenos de "orografia suave, sem restrições especiais de protecção ambiental e com reduzida presença de sobreiros"; estar "mais afastado" do que Rio Frio das zonas húmidas do Tejo e do Sado, o que diminui "riscos de interferência com a fauna avícola"; proximidade ao traçado previsto para a linha de Alta Velocidade Ferroviária Lisboa - Madrid; e ser uma "localização favorável face ao sistema de auto-estradas existente".

A Naer, empresa do novo aeroporto, em declarações à Lusa, reagiu às conclusões deste estudo afirmando que "as localizações divulgadas configuram meras sugestões, sem qualquer fundamentação em estudos técnicos, mas apenas em documentos muito preliminares", assegurando que "as condições geo-estruturais da Ota são mais favoráveis que as da zona de Rio Frio".

As condições meteorológicas, o "trânsito de aves na vizinhança da infra-estrutura ou a existência de infra-estruturas aeronáuticas militares" são os argumentos a favor da localização na Ota invocados pela Naer.

No estudo, datado de Janeiro de 2006 e agora divulgado, José Manuel Viegas afirma que escolha do "sítio da Ota resulta mais de debilidades dos sítios alternativos que do reconhecimento de virtudes significativas do próprio" local.

No que concerne à diminuição dos impactos ambientais, este estudo garante que os 150.000 sobreiros que seriam abatidos em Rio Frio são reduzidos para 10.000, enquanto que o risco de interferência com a migração das aves é reduzido em 15 por cento, caso a escolha da localização do novo aeroporto internacional de Lisboa recaia sobre o sítio do Poceirão.

De acordo com um parecer da Associação Portuguesa de Geólogos invocado pela Naer, os terrenos da Ota "são de mais fácil compactação e menor plasticidade, sendo ainda de menor aptidão agrícola".

Defendendo que a zona da Ota é "muito menos sensível do ponto de vista dos impactes na avifauna", a empresa do novo aeroporto, alerta para a colisão de aeronaves com aves, "um factor de risco operacional importante", chamando também a atenção para o facto de na zona do Poceirão se desenvolver o maior aquífero de água doce da Península Ibérica.

No "Estudo Preliminar de Avaliação do Sítio do Poceirão para Implantação do Novo Aeroporto Internacional de Lisboa" pode ler-se que a "ligação ferroviária de alta velocidade ao sítio do Poceirão permite que esta localização seja competitiva e superior às demais alternativas, pois apresenta ligações muito rápidas aos principais centros populacionais da zona Centro, Centro Norte e Centro Sul de Portugal e, ao mesmo tempo, ligações muito rápidas às províncias de Badajoz e Cáceres, em Espanha".

Localizado a 53 quilómetros de Lisboa, entre os concelhos de Palmela e Montijo, o sítio do Poceirão insere-se num área "essencialmente agrícola e florestal", entre os estuários do Tejo e do Sado.

Por seu turno, a Naer afirma que a Ota está "amplamente servida por infra-estruturas de acesso rodoviário (A1, A10 e IC2) e ferroviários (Linha do Norte)", fomenta o reforço de eixo Lisboa- Porto, enquanto que uma localização na margem Sul "não permite a ligação ao eixo de alta velocidade Lisboa - Porto" e "penaliza a acessibilidade do eixo Cascais - Sintra, um dos mais importantes em termos populacionais e do turismo nacional".

A empresa do novo aeroporto defende também que a localização do novo aeroporto na Ota permite "consolidar uma rede multifuncional de centros urbanos de média dimensão pré-existente", bem com "rentabilizar uma estrutura económica assente em sectores industriais, de logística e serviços, para além do sector agrícola".

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