Notícia
Estado fica com 30% dos CTT após venda de capital em bolsa
O Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros a venda dos CTT numa operação que ocorrerá através da dispersão em bolsa de 70% do capital dos correios. Com esta venda o Estado garante a manutenção de 30% do capital da empresa.
O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira a venda de uma percentagem “até 70%” dos CTT através de uma OPV (Oferta Pública de Venda), ou seja o Estado retém, para já 30% da empresa. Além disso será feira a venda directa a instituições financeiras.
Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, em cima da mesa está uma “oferta pública de venda (OPV) no mercado nacional; venda directa a um conjunto de instituições financeiras, que ficam obrigadas a proceder à subsequente dispersão das acções nos mercados de capitais".
Esta será a primeira operação de dispersão de capital em bolsa desde 2008.
Do conjunto de acções destinado à OPV, um lote representativo de até 5% do capital será reservado à aquisição por trabalhadores. O preço de venda das acções para os trabalhadores beneficia de um desconto de 5% relativamente ao preço que for fixado por resolução do Conselho de Ministros para as acções oferecidas ao público em geral.
O Conselho de Ministros aprovou ainda a “a constituição da comissão especial de acompanhamento para o processo de privatização da CTT - Correios de Portugal, S.A. Os membros que vierem a integrar a comissão especial de acompanhamento serão nomeados por despacho, nos termos da lei-quadro das privatizações. A esta comissão especial de acompanhamento incumbe apoiar tecnicamente o processo de privatização da CTT, S.A., e garantir a cabal observância dos princípios da transparência, do rigor, da isenção, da imparcialidade e da melhor defesa do interesse público”, diz o comunicado.
Até ao início desta semana, o modelo mais admitido para a privatização dos CTT era o da venda directa, que atraiu mesmo cerca de oito candidatos com manifestações de interesse já expressas ao Governo.
Entre eles conta-se a Urbanos, o Grupo Rangel e o Montepio, os Correios do Brasil, o empresário Paulo Fernandes (presidente da Cofina, dona do Negócios) e vários fundos.
O preço de referência admitido para os CTT é de cerca de 600 milhões de euros.