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Estado e bancos são os maiores investidores em «private equity»
Os maiores investidores em «private equity» em Portugal foram o Estado e os bancos, segundo João Arantes e Oliveira, presidente da comissão executiva da Espírito Santo Capital. No ano passado, os fundos sob gestão cresceram 20%, superando o limiar dos mil
Os maiores investidores em «private equity» em Portugal foram o Estado e os bancos, segundo João Arantes e Oliveira, presidente da comissão executiva da Espírito Santo Capital. No ano passado, os fundos sob gestão cresceram 20%, superando o limiar dos mil milhões de euros.
Segundo este responsável, a orientação dos bancos para o «private equity» tem sido na lógica de um «investimento cativo». As declarações foram proferidas na conferência CapCorp Portugal que está hoje a decorrer.
«Os bancos não têm mostrado grande abertura para investir em fundos independentes ou até de concorrentes», segundo João Arantes e Oliveira.
Em relação ao Estado, «tem feito o papel de investidor em "private equity", recorrendo a fundos comunitários que, muita vezes são incompatíveis com as práticas de mercado».
A mesma fonte sugere antes uma participação directa do Estado nos «private equity».
22 operadores estão a funcionar na indústria
Os fundos sob gestão (dos "private equity") cresceram 20% em 2005, tendo superado a barreira dos mil milhões de euros, com 22 operadores a funcionarem nesta industria.
Estes dados também foram divulgados na CapCorp por Mário Pinto, presidente da APCRI (Associação Portuguesa de Capital de Risco e de Desenvolvimento).
A captação de fundos aumentou 35,4% no ano transacto e atingiu o valor de 298 milhões de euros.
Em termos de valor de investimento, alcançou os 245 milhões de euros e abrangeu 135 empresas. Já do lado do desinvestimento, o valor envolvido foi de 176 milhões de euros, num total de 90 participações financeiras.
Segundo Mário Pinto «a modalidade de desinvestimento mais utilizada foi o reembolso de empréstimos ou de acções preferenciais, ou seja, os capitais de risco têm estado a utilizar a dívida para pagar os empréstimos».
A segunda modalidade de desinvestimento foi a venda à equipa de gestão. O presidente da APCRI diz que isto acontece porque «o mercado de capitais é praticamente inexistente e os "trade sales" também, praticamente, não existem».
Os «trade sales» são as venda de capitais de risco a outras empresas do mesmo ramo.
Pinto revela que as vendas de empresas no mesmo sector caíram no ano passado 46% em número de transacções e 16% em valor.
Investidores não estão orientados para a Península Ibérica
João Arantes e Oliveira, presidente da Comissão executiva da Espírito Santo Capital, no mesmo evento, diz que mercado de «private equity» é razoavelmente aberto em termos globais e «as atenção dos investidores estrangeiros não estão, claramente, orientadas para a Península Ibérica e, muito menos para Portugal».
Para este responsável, também não é claro que ao investir em Espanha, se tenha interesse também em entrar no mercado português.
Por um lado, devido à pequena dimensão do país e, por outro, devido ao fraco crescimento económico quando comprado com Estanha e, finalmente, porque o quadro legal e fiscal tem tido muitas alterações nos últimos anos, «um aspecto que é bastante delicado».