Vêm aí os resultados semestrais. Se forem bons, a tendência de subida dos mercados fica sustentada. Se desiludirem, há muitas acções que poderão perder fôlego.

Com a entrada em Julho, é altura de fazer o balanço dos primeiros seis meses do ano. A gigante norte-americana Alcoa é um dos títulos que inicia a época de apresentação de resultados e, com o apetite dos investidores por notícias frescas, o futuro dos mercados accionistas nos próximos meses começa a ser ditado hoje: para o bem ou para o mal.

Os primeiros meses do segundo trimestre foram muito positivos, com os resultados das empresas cotadas a sustentarem o crescimento das suas cotações em bolsa.

As bolsas norte-americanas, particularmente, foram muito beneficiadas, com o facto de muitos grupos terem apresentado resultados em linha ou acima do esperado. Beneficiaram da manutenção das taxas de juro referência nos EUA nos 5,25% e de um abrandamento do crescimento económico inferior ao que se temia. As empresas europeias beneficiaram das mesmas condições, tendo reagido bastante bem à ligeira subida dos juros na Zona Euro.

Para este trimestre, as condições devem-se manter semelhantes. A economia mundial continua a crescer, as taxas de juro mantêm-se historicamente baixas e a confiança dos consumidores (essencial para levar a um acréscimo do consumo privado) está a estável ou a aumentar nas principais economias mundiais. Além disso, as principais economias emergentes consomem cada vez mais e continuam a crescer.

No entanto, há perigo: há um ano que se vem a alertar para um possível abrandamento do crescimento dos resultados das empresas. Mas isso não aconteceu, pelo menos com a força que se esperava. Assim, há que ter em atenção se não se vai começar a ver um crescimento menor dos lucros, o que irá tirar algum gás às cotações. E muitas delas sobem à espera de que o último trimestre tenha sido tão positivo quanto os anteriores. Em Lisboa a época de resultados só arranca a 24 de Julho, com o Banco Comercial Português.