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Ensinar saúde nos computadores de Harvard

União Europeia, Brasil e EUA são a grande aposta da tecnológica Take the Wind, que se dedica a desenvolver conteúdos médicos digitais

30 de Agosto de 2011 às 09:56
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Investimento | A tecnológica Take the Wind quer investir cada vez mais em conteúdos de prevenção da doença.



Há uns anos, se se quisesse compreender melhor uma doença ou identificar uma patologia, era preciso recorrer às grandes enciclopédias médicas. E com um dicionário técnico ao lado para compreender os conceitos descritos. A Take the Wind quis mudar esta realidade. A tecnológica portuguesa tem desenvolvido conteúdos digitais de comunicação na área da saúde que está a exportar para o mundo, tudo a partir de Coimbra. "Esperamos exportar 30% do nosso negócio este ano", disse Pedro Pinto, presidente-executivo (CEO) da Take the Wind.

Tudo começou em Janeiro de 2008. O ano em que "rebentou" a crise não afectou o negócio da "start-up". "Em Março já tínhamos um projecto fechado" recordou Pedro Pinto, fundador da Take the Wind. O responsável sublinhou que em Portugal não há concorrência e, no mundo, reduz-se a um universo de pouco mais de 30 empresas. O primeiro negócio foi dedicado à epilepsia. "Isto foi uma inovação para a comunicação dedicada à indústria farmacêutica", acrescentou Pedro Pinto, em entrevista telefónica ao Negócios.

O objectivo da Take the Wind centra-se no desenvolvimento de conteúdos digitais nas várias áreas da saúde quer para as farmácias, hospitais, como para o consumidor final. E com o maior rigor possível, garantiu o gestor. "Temos uma equipa científica" que tem sido fundamental no desenvolvimento de aplicações, como a desenvolvida para ensinar o cidadão comum a fazer um suporte básico de vida, em caso de paragem respiratória. Ou o vídeo de explicação sobre o benefício de guardar as células estaminais. Pedro Pinto adiantou que agora a aposta tem sido "em conteúdos destinados ao paciente, com foco na prevenção, com conteúdos específicos para o controlo da doença".

Neste momento, a Take the Wind está a desenvolver um projecto, em parceria com uma empresa polaca, para um produto na área da gravidez que terá Portugal e Brasil como mercados.

Actualmente, 8% do volume de negócios da tecnológica, que em 2010 foi de 500 mil euros, já foi garantido no exterior e a empresa não quer ficar por aqui. "Queremos investir na União Europeia e no Brasil, onde criámos a Take the Wind Brasil". A tecnológica já conta com projectos na Alemanha e na Holanda, sendo que alguns estão traduzidos em nove línguas.

No caso do Brasil, a Take the Wind vai investir em soluções de "apoio técnico à doença", detalhou Pedro Pinto, que já está a pensar nos passos seguintes da internacionalização. "O próximo passo é os EUA e já temos um acordo com a Mayo Clinic para um projecto em Harvard", disse.






Perguntas a...





Pedro Pinto

Fundador da Take the Wind





"Portugal é um óptimo laboratório para exportar, mas não conseguimos testar"

Constituíram a Take the Wind em plena crise. Foi difícil arrancar com o negócio?
Começámos no olho do furacão, mas a crise não acabou com o digital, nem com a vontade de mudar a comunicação, e desde então temos crescido 40% ao ano. Mas, como em Portugal a crise está a afectar de uma forma mais forte, estamos a ir para fora.

Quais foram as principais apostas da empresa?
O primeiro foco foi a saúde e os meios digitais interactivos, sem perder o rigor científico, e por isso temos uma equipa científica especializada.

Como é que é constituída a empresa?
Somos 16 pessoas em Portugal e duas no Brasil. Somos uma pequena empresa e não temos capital externo.

A vossa expansão internacional, que está agora a acelerar, poderá expor-vos ao interesse de empresas multinacionais maiores...
Se houver alguma que quiser comprar não é mau, é porque reconheceram a nossa qualidade. E é preciso ter bons exemplos de negócios.

Quais são as principais dificuldades em Portugal?
Nós somos um bom laboratório para testar as coisas e temos bons modelos de negócio, mas aqui temos dificuldades em testar as coisas. Portugal é um óptimo laboratório para exportar, mas não conseguimos testar. Quando vamos lá para fora e nos perguntam onde é que o produto está a ser utilizado em Portugal, é difícil responder.

Quanto investem por ano em desenvolvimento?
Todos os anos investimos cerca de 250 mil euros.






Ideias-chave


Take The wind investiu nos conteúdos digitais interactivos destinados à saúde

1. As ferramentas
A Take the Wind tem investido em ferramentas "new media", através de filmes 3D/Stereo 3D e aplicações interactivas para a Web, telemóvel ou iPad, em aplicações saúde 2.0, com conteúdos para ajudar a decisão médica e favorecer o envolvimento do paciente, e em conteúdos visuais de última geração nas áreas de cardiologia e diabetes.
2. A equipa
A equipa desta tecnológica é constituída, neste momento, por 16 colaboradores. A sede da empresa é em Coimbra.
3. A facturação
O objectivo da Take the Wind é chegar aos cerca de 700 mil euros de facturação, mais do que os 500 mil euros registados no ano passado.
4. O mercado
A tecnológica já faz negócio na Alemanha, na Holanda e agora está a arrancar com a sua operação no Brasil. Mas o objectivo é também chegar aos EUA.


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