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Empresas portuguesas sobem salários mais de 2,5% face a "pressão" da inflação e escassez de talento

Segundo a consultora Willis Towers Watson (WTW), a inflação, a par com a escassez de mão-de-obra e o aumento da concorrência pelo talento criaram uma pressão salarial acrescida.

31 de Janeiro de 2022 às 13:30
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A inflação e a escassez de mão-de-obra exerceram "pressão" sobre as empresas portuguesas, obrigando-as a "aumentar significativamente" os orçamentos destinados a atualizações dos vencimentos dos trabalhadores em 2022 face ao que tinham previsto no segundo semestre do ano passado.

É pelo menos o que conclui a Willis Towers Watson (WTW) que, no seu mais recente relatório de planeamento do orçamento salarial, indica que "os orçamentos previstos para aumentos salariais em 2022 passaram de uma média de 2,2% em julho do ano passado, para 2,5% em dezembro".

Um aumento que se afigura "ainda mais acentuado" se comparado com as subidas salariais reais relativas ao ano passado que foram, em média, de 2,1%, sublinha a consultora, num comunicado enviado, esta segunda-feira, às redações.

A impulsionar a revisão em alta dos orçamentos salariais das empresas esteve principalmente "o aparecimento de uma inflação mais elevada". Algo que, a par com "a subida dos custos de abastecimento", foi referenciado como fonte de preocupação por parte de quase metade das empresas inquiridas em Portugal (46%) pela WTW.

A contribuir para o aumento dos salários esteve também "a escassez de mão-de-obra e o aumento da concorrência pelo talento, especialmente durante a 'Grande Resignação' da pandemia", aponta a consultora, dando conta de que mais de metade das empresas portuguesas indicou estar "preocupada" com um "mercado de trabalho mais difícil este ano".

"Parece haver poucas dúvidas de que os custos, salários e preços estão todos a subir este ano. A escassez de mão-de-obra em alguns setores está a aumentar a procura por trabalhadores qualificados, enquanto o impulso ao crescimento noutros setores esta a desencadear uma guerra pelo talento, visto as empresas competirem para atrair e reter os colaboradores, que têm, atualmente, mais escolha do que em qualquer outro momento nos últimos anos", observa Sandra Bento, associate director da WTW Portugal, citada na mesma nota.

"É raro ver os orçamentos salariais previstos mudarem tanto", reforça a mesma responsável, para quem tal demonstra que "as empresas responderam rapidamente a estas mudanças". Aliás, "em certos setores, incluindo o tecnológico e os produtos químicos, os aumentos salariais são ainda maiores, à medida que os empregadores tentam tirar partido das grandes oportunidades de crescimento e de um conjunto limitado de colaboradores altamente especializados", aponta.

O relatório de planeamento do orçamento salarial resultou de um inquérito realizado entre novembro e dezembro do ano passado. Ao todo, segundo a empresa de consultoria, corretagem e soluções, foram recebidas aproximadamente 23 mil conjuntos de respostas de empresas de 130 países.

Em Portugal, foram 222 as empresas portuguesas que participaram no estudo que, a nível global, prevê aumentos salariais de 5,1% este ano - contra 4,7% antecipados em julho de 2021.

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