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Empresas escandinavas incentivam férias de até seis semanas por ano

Por volta de 2030, as pessoas só deverão trabalhar 15 horas por semana.

EPA
03 de Agosto de 2019 às 14:00
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Agora parece evidente que a famosa previsão feita por John Maynard Keynes em 1930, tem poucas hipóteses de se tornar realidade. Mas o culto do trabalho excessivo também pode ter os dias contados.

Na Escandinávia, onde as pessoas gozam atualmente até quatro semanas de férias pagas no verão, garantidas por lei e ininterruptas, muitas das maiores empresas da dizem que querem proteger os seus funcionários do trabalho excessivo. As empresas que conversaram com a Bloomberg alertaram sobre os riscos para a produtividade caso os empregados não tenham direito a desligar do trabalho e destacaram a importância de a administração dar o exemplo, tirando também férias prolongadas.

A Skanska, uma das maiores empresas de construção da Suécia, diz que a equipa "se desliga do trabalho" durante as férias de verão. Há uma "forte ligação" entre bem-estar e desempenho, afirmou o porta-voz da empresa, Jacob Birkeland. E isso tem muito a ver "com a capacidade de relaxar longe do trabalho".  

No SEB, um dos maiores bancos nórdicos e principais centros de negociação da coroa sueca, espera-se que os gestores desempenhem um "papel fundamental" no apoio à cultura de férias "dando um bom exemplo" e tirando os dias designados, disse a porta-voz Veronika Osmund.

Na Suécia, a maior economia escandinava, as empresas são obrigadas a permitir que os seus funcionários tirem pelo menos cinco semanas de férias pagas por ano, embora muitos setores sejam regulados por acordos coletivos, o que muitas vezes resulta em ainda mais tempo livre. Existem acordos semelhantes em toda a região. Na Europa, o tempo médio de férias anual é de quatro semanas.

 

Nos Estados Unidos, as empresas que oferecem férias pagas tendem a seguir um modelo progressivo, em que os novos contratados ganham dias de férias à medida que acumulam mais tempo de trabalho na empresa. Um relatório de 2018 do Departamento do Trabalho mostrou que os trabalhadores do setor privado dos EUA tiveram, em média, 15 dias de férias por ano após cinco anos a trabalhar na respetiva empresa.

 

As autoridades da Escandinávia decidiram que 15 dias por ano não são suficientes para manter a população ativa saudável e produtiva. Essa atitude domina toda a esfera empresarial, e todas as grandes empresas consultadas pela Bloomberg expressaram a ideia de que o excesso de trabalho é prejudicial para um ambiente empresarial saudável. O argumento é apoiado por estudos, segundo os quais funcionários sobrecarregados são menos produtivos.

 

No Sandvik AB, um grupo de engenharia, a gestão não quer que os trabalhadores tirem menos de quatro semanas de férias pagas por ano. "Sentimos que é importante para facilitar o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal de todos os funcionários, incluindo da gestão", afirmou o porta-voz Martin Blomgren.

Os principais executivos e outros funcionários da GN Store Nord, fabricante dinamarquesa de aparelhos auditivos, cujas ações triplicaram de valor nos últimos três anos, têm seis semanas de férias por ano e são incentivados a gozar esse período por completo, segundo o porta-voz Steen Frentz Laursen.

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