Os bancos estão a apertar a concessão. A repatriação de divisas está mais difícil e os encargos relacionados com a instalação de uma empresa são elevados. Por exemplo, só o aluguer de um escritório no centro de Luanda pode custar mensalmente 5.600 euros, sendo obrigatório pagar um ano de rendas à cabeça.

O 'el dorado' sofreu uma metamorfose, a crise já é cabeça-de-cartaz na imprensa e o executivo angolano, liderado por Paulo Kassoma, começa a ser alvo de críticas. O semanário "O País", há duas semanas, fazia assim a sua manchete do suplemento de economia: "política monetária pára economia". Já o "Novo Jornal" publicou um artigo do economista José Amaral Dias intitulado: "o desnorte do governo perante a crise".

Um cenário que só assusta os mais distraídos, na opinião de empresários contactados pelo Negócios. "Angola é um mercado da moda, mas quem vai para lá convencido de que vai obter lucros sem fazer nada que tire o 'cavalinho da chuva'", avisa Bruno Bobone, presidente do grupo Pinto Basto, que prepara um investimento de 16 milhões de euros em três projectos naquele país.