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Elite comunista chinesa oculta empresas em paraísos fiscais

O “El Pais” aliou-se ao “Guardian”, à “BBC”, ao “Le Monde”, ao “Süddeutsche Zeitung” e ao “Asahi Shimbun” numa investigação à elite chinesa, a que intitularam "ChinaLeaks". Estas publicações apuraram que grande parte da elite chinesa tem ocultado empresas em paraísos fiscais.

Bloomberg
22 de Janeiro de 2014 às 11:05
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Os citados meios de comunicação tiveram acesso a um conjunto de informação, recolhida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), onde é possível constatar que “pelo menos 13 parentes dos dirigentes máximos chineses, bem como 15 empresários, têm mantido empresas em paraísos fiscais”.

 

Este consórcio analisou mais de dois milhões de arquivos de duas gestoras, a Portcullis TrustNet e a Commonwealth Trust, que operam nas ilhas Virgens.

 

Segundo o “El País, a escolha das ilhas Virgens não é estranha, uma vez que, em 2010, foi o segundo maior investidor estrangeiro na China, só ultrapassado por Hong Kong.

 

Na descrição feita por este consórcio de meios, é possível ler que a elite ligada ao partido comunista chinês, tem aberto sociedades offshores, após terem gerado fortuna através do regime do país.

 

Na operação em causa, pelo menos 13 membros da chamada nobreza comunista constam nesta lista. Entre eles destacam-se o cunhado de Xi Jinping, o filho e o genro do anterior primeiro-ministro, Wen Jiabao, a filha do seu antecessor, Li Peng, um genro do falecido Deng Xiaoping, e um neto do comandante da revolução, Su Yu.

 

Com esta operação, a elite chinesa contorna a limitação do país, que restringe o movimento de capital estrangeiro a 50 mil dólares por habitante (36,9 mil euros), por ano.

 

Já fontes próximas do governo chinês, citadas pelos mesmos meios, garantem que este movimento nada tem que ver com corrupção, mas sim com uma prática empresarial comum, com vista a competir com empresas estrangeiras que estão a investir na China e que o Governo favorece com isenções e impostos, relata o “El País”.

 

Um dos sectores mais activos na criação de empresas é o do petróleo. As sociedades Petrochina, Sinopec e China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) são a ponta de lança da pujança económica do país.

 

Os mesmos documentos manifestam a preocupação de uma maior desigualdade na sociedade chinesa. Neste momento, as grandes fortunas estão concentradas em pouco mais de 300 pessoas e, das mil pessoas incluídas nesta investigação, 153 estão ligadas à política. Já cerca de 20 membros desta comunidade acumulam uma fortuna de 62,2 mil milhões de dólares (45,9 mil milhões de euros).

 

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