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Efeito Nestum com mel: inovação está mais cara, mas ainda compensa

Nestlé facturou 84 milhões com novos produtos lançados nos últimos três anos.

26 de Março de 2012 às 17:58
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“Alguém, hoje, imagina que o Mokambo esteve para deixar de ser produzido, assim como o Nestum – ou mesmo que a Nespresso não se conseguiu vender na década de 90?”. António Reffóios, administrador-delegado da Nestlé Portugal – dona das três marcas – fez hoje a pergunta durante a conferência de imprensa para explicar que, embora em moldes diferentes, a inovação continua hoje ser fundamental à companhia alimentar.

Em 2011, uma fatia de 14% do volume de negócios consolidado pela Nestlé Portugal foi proveniente de produtos lançados nos últimos três anos. Foram assim 84 milhões de euros obtidos através da inovação, o que, note-se, ultrapassa o peso das exportações no total (12,8%, ou 80 milhões de euros em 2011). De acordo com os dados hoje divulgados, em 2010 a inovação (produtos lançados pela companhia nos três anos anteriores) tinha representado outros 14,3% das vendas consolidadas dos 601,3 milhões de euros então obtidos pela companhia.

O exemplo da marca de papas Nestum, cuja fim da produção chegou a ser equacionado pela Nestlé antes de ser introduzido o sabor mel, em 1971 - até hoje a variedade de Nestum mais vendida no País e líder de vendas do segmento, foi sublinhado pelo administrador-delegado da Nestlé. O grupo pretende aliás interromper este sucesso de mais de 40 anos com o lançamento o Nestum Bolacha Maria, criado em 2011.

O responsável recordou que o “Nestum é uma invenção portuguesa”, criada em 1958 por um quadro português da Nestlé no País, nomeadamente na fábrica da companhia em Avanca. Unidade industrial esta, aliás, fundada por outro português, médico e mais tarde premiado Nobel, Egas Moniz.

Mas foi também mencionado por António Reffóios porque hoje, reconhece, não há tanta capacidade das empresas em esperar pela demonstração de rentabilidade dos produtos, como a Nestlé fez com o Nespresso, que aliás a tornou numa “empresa de cafés”, já que a maior parte do seu volume de negócios já vem deste área, apesar da companhia só ter os circuitos fechados de cápsulas – Nespresso e Dolce Gusto – nos últimos 15 dos seus 150 anos de existência.

Dentro da “tentação” que qualifica de “muito grande” de os “novos conceitos serem suportados por marcas já existentes”, António Reffóios explicou ainda que “agora o ‘streching’ das marcas tem um limite”: “uns correm bem e outros correm muito mal”.

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