Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

CTT têm "mais certezas" sobre o pagamento de dividendos depois de corte "prudencial" em 2020

No ano passado, os CTT cancelaram, pela primeira vez, o pagamento de dividendos devido à incerteza causada pela pandemia. Para este ano, a administração de João Bento propõe a distribuição de 12,75 milhões de euros aos acionistas com "mais certezas" quanto ao pagamento.

A empresa liderada por João Bento registou uma melhoria dos resultados líquidos de 35,8% em 2019.
Hugo Rainho
17 de Março de 2021 às 16:21
  • ...
Para acontecimentos excecionais, medidas excecionais. Os receios associados à pandemia levaram a administração dos CTT a cancelar, no ano passado, o pagamento dos dividendos relativos ao exercício do ano anterior. Algo que não deverá repetir-se este ano, afirma João Bento. Em declarações ao Negócios, o CEO dos CTT afirma que a empresa dispõe de "mais certezas" em relação à remuneração dos acionistas. 

"Não creio que o caráter excecional de alteração da proposta do conselho de administração, que foi validada unanimemente pela assembleia geral, se possa repetir. Fizemo-lo, em parte, por razões prudenciais.Tomámos essa decisão, e bem, numa altura em que a incerteza era enorme", sublinha João Bento. 

Este ano, a administração dos CTT vai propor à assembleia geral de acionistas do próximo dia 21 de abril o pagamento de um dividendo de 8,5 cêntimos por ação. O grupo postal propõe distribuir 12,75 milhões de euros pelos acionistas, o que corresponde a 76% dos lucros de 16,7 milhões de euros, apresentados esta terça-feira. 

"Chegámos a ter um resultado líquido negativo no primeiro semestre do ano passado. Enfrentámos um ano cheio de riscos. Hoje temos a certeza absoluta de que somos capazes de reagir a essas crises. Os resultados do quarto trimestre, que são extraordinariamente positivos, mostram o que são uns CTT com muito menos correio. E mostram uma capacidade de resiliência e resistência à crise que acredito que ficará para sempre", defende João Bento. 

Para o responsável, a incerteza quanto ao futuro, no que diz respeito à pandemia, "parece-nos hoje bastante mais atenuada, e a nossa certeza quanto à capacidade de resistir está também muito mais forte". A quebra na unidade de correio foi compensada pelas encomendas, pela dívida pública e pelo Banco CTT, que deu lucro pela primeira vez.

"Nós hoje somos uma empresa completamente diferente, somos o promotor do comércio eletrónico em Portugal, ganhámos quota nesse domínio, temos feito coisas impensáveis no apoio à presença digital das empresas. Estamos a criar um legado que se vai multiplicar", ressalva.

Apesar do menor grau de incerteza, os CTT reconhecem, no relatório da apresentação de resultados, que o novo confinamento, que teve início na segunda quinzena de janeiro, poderá ter "um impacto negativo a nível económico e social, que irá afetar a sociedade em geral e os negócios do Grupo, o que poderá impactar as atuais estimativas elaboradas". 

As estimativas apontam, para já, para "um crescimento de um dígito elevado no que se refere aos rendimentos operacionais, EBITDA a crescer dois dígitos, EBIT superior a 50 milhões" e um investimento de cerca de 35 milhões, dos quais 15 milhões referentes a investimento em crescimento.

Estes 15 milhões de euros serão alocados aos "dois grandes eixos de aposta" dos CTT em 2021, revela ao Negócios o CFO do grupo, Guy Pacheco. "O principal será o investimento em automação da nossa área expresso, nomeadamente em máquinas de tratamento de encomendas". A outra parte do investimento será alocada aos sistemas de informação "em tudo o que é digitalização da relação com os clientes, não só na área de correio expresso mas também na expansão dos canais digitais do Banco CTT". 

Ver comentários
Saber mais CTT JOão Bento Banco CTT dividendos pandemia CTT têm "mais certezas" sobre o pagamento de dividendos depois de corte "prudencial" em 2020
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio