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Credores da Pescanova aceitam salvar a empresa

A Pescanova conseguiu que 63,65% dos seus credores financeiros e comerciais apoiassem o acordo apresentado no sentido de evitar a liquidação da empresa pesqueira.

Correio da Manhã
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O apoio dos credores ao plano de viabilidade apresentado pelas entidades financeiras (Banco Sabadell, Banco Popular, CaixaBank, NCG Banco, BBVA, Bankia e UBI Banca) supera o limite legalmente exigido de 51%, tendo em conta que estes bancos aglutinam 30% do passivo da empresa, sublinha o “Expansión”.

 

“Considera-se que este é um momento histórico, que marca o início de uma nova fase, em que o grupo se manterá como uma das grandes multinacionais galegas e uma referência na actividade pesqueira e aquícola”, sublinhou a empresa em comunicado à CNMV, a entidade reguladora do mercado de capitais espanhol.

 

Saliente-se que no plano de recuperação financeira da Pescanova – cujo concurso de credores entrou na justiça espanhola em Abril de 2013 – a Acuinova Portugal (unidade que "cultiva" pregado em Mira) consta com uma dívida líquida de 104 milhões de euros.

 

Os portugueses CGD, BPI e BES também constam da lista de credores da Pescanova. A Caixa Geral de Depósitos será o maior credor nacional da empresa, com cerca de 120 milhões de euros cedidos. O BES não revelou a exposição ao grupo pesqueiro, mas ainda em Julho passado o BPI assumia que o processo de insolvência da Pescanova o obrigou a constituir uma imparidade para o incumprimento de crédito no valor de 35 milhões de euros.

 

Recorde-se que no passado mês de Março a CNMV aplicou uma coima de 100 mil euros à Pescanova e de 200 mil euros ao ex-presidente Manuel Fernández de Sousa-Faro pela divulgação, um ano antes, de dados falsos sobre a empresa, onde se referia, nomeadamente, que o conselho de administração tinha acordado, por unanimidade, “ratificar a linha de reestruturação da sua política financeira”.

 

Ainda no “caso Pescanova”, relembre-se que Rosário Andrade, mulher de Manuel Fernández de Sousa-Faro, tentou ordenar a transferência de quatro milhões de euros para um banco chinês – passando primeiro esse dinheiro por uma conta bancária aberta em Portugal - depois de da primeira denúncia por delitos societários contra o seu marido (em Maio do ano passado), mas essa tentativa de retirada de fundos de Espanha foi comunicada pela Unidade de Inteligência Financeira de Portugal, que procedeu ao bloqueio do dinheiro – que, por isso, acabou por não chegar à China.

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