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Pescanova inscreve unidade de pregado de Mira nos negócios a alienar

O grupo espanhol de pescado avança que a unidade Acuinova, em Mira, aumentou vendas, no primeiro semestre. Lucros consolidados pela Pescanova até Junho ascenderam a 1,8 milhões de euros.

01 de Setembro de 2014 às 13:41
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O grupo espanhola Pescanova, especializado na pesca e aquicultura em larga escala, inscreveu definitivamente os negócios de produção de pregado que tem em Portugal, através da empresa Acuinova com produção em Mira, nas operações a alienar.

Isso mesmo está descrito no relatório e contas referente ao primeiro semestre que a cotada espanhola enviou esta segunda-feira, 1 de Setembro, ao regulador de mercado do país vizinho. Assim, o grupo – que saiu da situação de abrigo de credores a 27 de Junho, após aprovação do plano de recuperação, a 23 de Maio, pelos principais credores -, escreve: "no estados financeiros consolidados abreviados de 30 de Junho de 2014 considerou-se como grupos alienáveis o conjunto de negócios do Atlântico Sul Ocidental, assim como o negócio de aquicultura de pregado [ou rodovalho] em Portugal".

Por isso mesmo, "os resultados obtidos por estes negócios aparecem agrupados numa única alínea do estado dos resultados consolidados anexo, denominada resultado do exercício de operações interrompidas [‘descontinuadas’]".

Ainda assim, a unidade de Acuinova Portugal continua a produzir e a vender. Na descrição da actividade semestral, a administração da Pescanova adianta que, na área do pregado – onde a maior unidade de produção ibérica é precisamente a da Acuionova – "no final de 2013 renovou-se a comercialização de pregado produzido na Fase 1 da unidade de produção de Mira (Acuinova Portugal) e no primeiro semestre de 2014 aumentou-se as vendas procedentes da dita instalação".

Não são, contudo, adiantados números das vendas ou dos resultados individuais da sucursal da Pescanova em Portugal, mencionando apenas que as operações descontinuadas, que agregam, como já foi mencionado, Portugal e toda a área do Atlântico Sul Ocidental, registam perdas semestrais de 13,05 milhões de euros.

A unidade de Mira tinha, de acordo com o plano de recuperação da Pescanova apresentado à justiça espanhola em Abril último, uma dívida líquida de 140 milhões de euros.    

Os bancos com maior peso na lista de credores da "casa-mãe"  Pescanova são o Sabadell Popular, CaixaBank, Bankia, Novagalicia Banco, Santander e BBVA. Mas os portugueses CGD, BPI e BES também constam da lista. A Caixa Geral de Depósitos será o maior credor nacional da Pescanova, com cerca de 120 milhões de euros cedidos.

O BES não revelou a exposição ao grupo pesqueiro, mas em Julho de 2013 o BPI assumiu que o processo de insolvência da Pescanova o obrigou a constituir uma imparidade para o incumprimento de crédito no valor de 35 milhões de euros.

 

A unidade de aquicultura de pregado ao largo da costa portuguesa, onde trabalham 185 pessoas, foi um investimento de 140 milhões de euros feito pelo grupo espanhol e que arrancou em Junho de 2009. A unidade, que se dedica exclusivamente ao pregado, encaminha 90% da produção para exportação.

De acordo com a informação divulgada esta segunda-feira em Espanha, o grupo Pescanova terminou o primeiro semestre com lucros de 1,7 milhões de euros, e vendas de 433,8 milhões de euros. Por se encontrar em processo de recuperação, os dados não se podem comparar com o período homólogo de 2013, defende a administração da companhia de pescado.

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