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Como os resultados das empresas portuguesas estão a melhorar em dez gráficos

A saúde financeira das empresas portuguesas melhorou a olhos vistos nos últimos anos. Veja como em dez gráficos.

Paulo Duarte
24 de Novembro de 2018 às 17:39
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Os indicadores financeiros das empresas portuguesas melhoraram de forma substancial em 2017, quer ao nível da demonstração de resultados, quer no balanço.

 

O Banco de Portugal revelou esta semana uma série de indicadores recolhidos na Informação Empresarial Simplificada (IES) que mostram como a evolução está a ser positiva, tendo em 2017 prosseguido a tendência dos anos mais recentes.

 

O Negócios seleccionou 10 destes indicadores, que estão visíveis nos gráficos abaixo, que mostram como as empresas estão a melhorar as suas contas.

 

Há cada vez menos empresas com prejuízos

Os dados do Banco de Portugal mostram que há cada vez menos empresas em Portugal com resultados líquidos negativos. Embora o peso no total persista acima de um terço, 2017 foi o quinto ano seguido de descida e está agora no nível mais reduzido desde 2006. Em 2013, quando a recessão atingiu o pico em Portugal, 43,7% das empresas portuguesas tinham prejuízos. Em 2016, o peso já era de 37,5% (mais 1,3 pontos percentuais do que no ano passado).


 

Empresas com EBITDA negativo descem pelo quinto ano

No que diz respeito ao EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) no ano passado era negativo para 30,3% das empresas portuguesas. Uma queda de 1 ponto percentual face a 2016 e de 2,7 pontos percentuais contra 2013. A percentagem de empresas com EBITDA negativo era no ano passado a mais baixa desde 2007, após cinco anos a descer. 

 


Mais de um quarto das empresas ainda tem capitais próprios no vermelho

As empresas com capital próprio negativo representavam 26,5% do total, quando em 2016 o peso era de 26,9% e, em 2013, de 28,4%. O pico foi atingido em 2014 nos 28,5% e, desde então, recuou dois pontos percentuais. Ainda assim, persiste acima de 25% e dos níveis registados antes de 2012.

 

 

PME impulsionam rendibilidade dos capitais próprios

Em 2012, ano do pico da crise em Portugal, as empresas do país apresentaram uma rendibilidade dos capitais próprios negativa. Desde então, este indicador apresentou sempre melhorias, até atingir os 9% no ano passado, o que representa o rácio mais elevado desde 2010. Uma tendência que mostra que o nível de capitalização das empresas está a ser reforçado, bem como a rendibilidade das empresas. Segundo o Banco de Portugal, este aumento foi impulsionado pela rendibilidade das PME, que aumentou 3 pontos percentuais para 7,8%.



 

 

 

Capacidade das empresas pagarem juros está em máximos de 2006

O EBITDA gerado pelas empresas em 2017 era suficiente para pagar mais de seis vezes os gastos de financiamento desse ano. Este rácio, que mede a capacidade das empresas remunerarem o serviço da dívida com a actividade operacional, tem vindo a melhorar de forma acentuada desde 2012 e está no nível mais elevado desde, pelo menos, 2006.

 

 

 

Margem operacional em máximos de sete anos 

O EBITDA alcançado em 2017 pelas empresas portuguesas correspondia a 11% das receitas obtidas, o que representa a margem operacional mais elevada desde 2010. A melhoria face ao ano anterior é de 6 décimas e situa-se três pontos percentuais acima do mínimo fixado em 2012. Contudo, ainda está abaixo do registado há 10 anos.

 

 

 

Custos de financiamento abaixo dos 4%

A descida das taxas de juro por parte do BCE teve um impacto significativo nos custos de financiamento das empresas portuguesas. No ano passado, os custos com juros que as empresas  suportaram representava 3,7% dos financiamentos obtidos. Trata-se do nível mais baixo desde 2006 e uma queda de 1 ponto percentual no espaço de um ano. 2017 foi o quinto ano consecutivo de descida nos custos de financiamento das empresas.

 

 

Empresas baixam alavancagem pelo quinto ano

A elevada alavancagem tem sido um dos problemas mais persistentes da economia portuguesa como um todo e também do sector privado empresarial. Também aqui as empresas portuguesas estão a dar sinais positivos, pois este rácio que mede a relação entre o endividamento e os activos desceu em 2017 pelo quinto ano consecutivo. Desde o pico de 58,6% atingido em 2012 a descida foi superior a seis pontos percentuais, mas ainda persiste acima dos 50% e do registado em 2006.



 

Há menos empresas com EBITDA insuficiente para pagar juros

Em 2012, quase um quarto das empresas portuguesas não gerava um EBITDA suficiente para suportar os custos de financiamento. Este rácio tem vindo a descer de forma considerável ao longo dos últimos anos e, em 2017, já se situava abaixo dos 15%. Está agora já abaixo do registado em 2006, mostrando que o número de empresas em dificuldades financeiras é bem inferior ao registado antes da crise.

 

 

Prazo médio de pagamentos em mínimos

A melhoria da saúde financeira das empresas portuguesas tem também contribuido para minorar o problema dos atrasos no pagamento de facturas. Em 2017, as empresas demoravam em média 65 dias a efectuar os pagamentos, o que corresponde ao prazo mais curto desde 2006. O máximo foi atingido ainda antes da crise, com o prazo médio de pagamento a antigir 78 dias.

 

 

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