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Clientes do BPP continuam na sede do banco em Lisboa (act)

Os clientes do Banco Privado Português (BPP) continuam a ocupação à sede da instituição em Lisboa, não estando para já decidido o fim deste protesto.

03 de Junho de 2009 às 10:03
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Os clientes do Banco Privado Português (BPP) continuam a ocupação à sede da instituição em Lisboa, não estando para já decidido o fim deste protesto.

A administração do BPP, através do seu porta-voz, contactado hoje pelo Negócios remeteu para mais tarde novo ponto de situação. Para já, os clientes querem ser recebidos pelos supervisores – Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários – e pelo Ministério das Finanças.

O protesto começou ontem, tendo os clientes permanecido durante a noite dentro da sede do BPP. Os clientes já fizeram saber que vão manter os protestos até que haja uma decisão do Governo relativamente ao futuro das aplicações de retorno absoluto.

Ontem já estiveram reunidos com a administração, liderada por Adão da Fonseca, de quem pediram a demissão. A Lusa noticiou ontem que não é intenção deste responsável apresentar, nesta fase, a sua demissão.

A administração já se disse impotente para resolver o problema dos clientes do Privado, mostrando-se solidária com eles e empenhada em ajudá-los.

No rol das queixas está, ainda, o facto de o Banco de Portugal ter prolongado o congelamento, até 1 de Setembro, dos pagamentos devidos ao BPP, explicando que o Governo pediu mais esclarecimentos sobre o plano de viabilização.

O plano de viabilização não está, no entanto, fácil de acertar. Os bancos privados do sistema português que se encontraram com o ministro das Finanças, na segunda-feira, recusam a solução proposta.

Tal como avança hoje o Negócios, BES e BPI são as instituições que maior resistência têm oferecido aos pedidos de ajuda ao BPP. Uma das soluções propostas passava pela entrada a entidades externas a gestão do produto de retorno absoluto. Nenhum dos bancos se mostrou disponível para assumir essa gestão sem um aval do Estado.

Ontem, Fernando Ulrich, presidente do BPI, defendeu que o Estado deve comprar os títulos dos clientes do BPP ao valor de mercado e entregar a diferença quando for reembolsado pelo valor nominal, ou compra já pelo valor nominal e esperar.

Ricardo Salgado, presidente do BES, em declarações à SIC, referiu não estar interessado no BPP e diz apoiar a solução avançada pelo BPI – o Estado deve adquirir a carteira do Privado e liquidá-la ao longo do tempo.

Armando Vara, vice-presidente do BCP, disse apenas, à SIC, que o seu banco “não se apresenta como voluntário” numa solução destas – de ficar com a carteira do Privado - para o BPP.

O Governo parece, assim, estar com um problema em mãos, já que o sistema privado se recusa a participar na solução. Lembre-se que inicialmente foram seis bancos - Caixa Geral de Depósitos, o Banco Comercial Português, o Banco Espírito Santo, o Banco Português de Investimento, o Totta Santander e o grupo Crédito Agrícola Mútuo terem avançado com um empréstimo ao BPP de 450 milhões de euros.

Agora, aguarda-se o plano final para o BPP que Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, prometeu para antes do Verão. “Seguramente não deve demorar tanto tempo”, declarou ontem, face à data de 1 de Setembro até à qual o Banco de Portugal congelou as contas dos clientes.

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