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China prepara fundo de 27 mil milhões de dólares para "chips" para combater restrições dos EUA

A criação de um terceiro fundo, muito maior, diretamente supervisionado pelo poderoso Ministério da Tecnologia da China sinaliza o ressurgimento do esforço de Pequim para impulsionar o segundo maior mercado de semicondutores do mundo e de reduzir a sua dependência de tecnologia estrangeira.

A pandemia contribuiu para a compra de aparelhos com microprocessadores cujos fornecedores não tinham em quantidade suficiente para entrega.
Sefa Ozel
Diana do Mar dianamar@negocios.pt 08 de Março de 2024 às 11:17

A China está em vias de arrecadar mais de 27 mil milhões de dólares (24,7 mil milhões de euros ao câmbio atual) para aquele que será o seu maior fundo destinado ao investimento em semicondutores, acelerando o desenvolvimento de tecnologias de ponta para combater a campanha dos Estados Unidos para impedir a sua ascensão, avança a Bloomberg, citando fontes próximas do processo.

O Fundo Nacional de Investimento da Indústria de Circuitos Integrados  - assim designado - combina capital de empresas públicas (de governos locais e do governo central) para o seu terceiro veículo que deve exceder então os 200 mil milhões de yuan do seu segundo maior fundo, segundo indicaram fontes familiarizadas com o assunto à agência de notícias financeira. Conhecido como "o grande fundo" está a expandir a sua missão numa altura em que os Estados Unidos se preparam para aumentar drasticamente as restrições à tecnologia supostamente pensadas para travar o progresso da China nos domínios dos "chips" e da inteligência artificial.

O valor, contudo, é inferior ao avançado no final do ano passado pela Reuters que apontava para 300 mil milhões de yuan, ou seja, sensivelmente 40 mil milhões de dólares.

A criação de um terceiro fundo, muito maior, diretamente supervisionado pelo poderoso Ministério da Tecnologia da China sinaliza o ressurgimento de um esforço para aproveitar o segundo maior mercado de semicondutores do mundo, com Pequim a movimentar-se no sentido de impulsionar a sua independência. A título de exemplo, como refere a Bloomberg, a Huawei Technologies e o seu parceiro de fabrico de semicondutores ainda precisaram de tecnologia norte-americana para criar um processador avançado no ano passsado.

O "grande fundo" é assim descrito como crucial para esse impulso que Pequim pretende conferir à sua indústria e que tem lugar num contexto em que, além dos Estados Unidos, também os Países Baixos, a Alemanha, a Coreia do Sul ou o Japão estão a apertar o acesso da China à tecnologia dos semicondutores e a aumentar o controlo das suas exportações a este nível.

A esmagadora maioria do capital do "grande fundo" deve proceder dos governos locais, dos seus braços de investimento e empresas estatais, sendo de esperar, segundo uma das fontes ouvidas pela Bloomberg, que o governo central entre apenas com uma pequena fatia.

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