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Voam 73 mil milhões em bolsa após aperto dos EUA a “chips”

As empresas de semicondutores foram penalizadas em bolsa pelas novas regras, que voltam a dificultar a venda de produtos à segunda maior economia mundial. A norte-americana Nvidia não prevê efeito significativo a curto prazo.

Administração Biden quer reduzir o acesso da China a componentes considerados cruciais no desenvolvimento de inteligência artificial.
Florence Lo/Reuters
Sílvia Abreu silviaabreu@negocios.pt 17 de Outubro de 2023 às 17:10

Os fabricantes de semicondutores na bolsa de Nova Iorque perderam cerca de 73 mil milhões de dólares em capitalização de mercado. O índice setorial de semicondutores do Nasdaq, que agrega 30 empresas de “chips”, afundou depois de a administração Biden ter anunciado um novo aperto à exportação destas componentes para a China, segundo dados da Bloomberg.

A decisão, que reforça as restrições avançadas em outubro do ano passado e que foi anunciada pela secretária norte-americana do Comércio, Gina Raimondo, visa travar o acesso da segunda maior economia mundial a equipamentos considerados cruciais para modelos mais avançados de inteligência artificial (IA).

Passam a abranger, por exemplo, dois dos “chips” que a Nvidia desenhou especificamente para o mercado chinês e obrigam as empresas a notificarem o Governo norte-americano antes de venderem os “chips” identificados.

A decisão da administração Biden vai, desta forma, tornar mais difícil às fabricantes de semicondutores, como a AMD, a Intel ou a Nvidia, fazerem negócio com a China.

Gina Raimondo garantiu que os Estados Unidos não querem ser mais restritivos do que o necessário, reforçando a mensagem que tem vindo a ser partilhada por Joe Biden.

A governante confessou, contudo, ser uma questão complicada. “É difícil traçar uma linha entre tecnologia militar e comercial”, afirmou, acrescentando que a mesma tecnologia é muitas vezes usada para mais do que um fim, entre os quais a modernização de equipamento militar. Segundo a própria, a administração Biden irá rever as notificações às empresas abrangidas por este reforço de controlo num prazo de 25 dias.

Nvidia nega impacto a curto prazo

Após ser conhecida a decisão, a fabricante de semicondutores Nvidia garantiu, em declarações à Bloomberg, que irá cumprir com o que for decidido e que não espera ver um impacto significativo nos resultados financeiros a curto prazo.

A empresa norte-americana tem sido uma das empresas que mais tem beneficiado do crescimento da inteligência artificial. Só no segundo trimestre fiscal, que terminou em 31 de julho, viu as receitas atingirem os 13,51 mil milhões de dólares. O montante representa um crescimento de 101% face ao período homólogo e uma subida de 88% em comparação com o trimestre anterior.

Os resultados recorde surpreenderam os analistas, que apontavam para uma faturação de 11,04 mil milhões de dólares. Apesar da desvalorização da última sessão, a cotada sobe mais de 200% desde o início do ano.

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