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Apple obrigada a retirar WhatsApp e Threads da App Store chinesa

O clima de conflito entre os EUA e a China continua a escalar e. desta vez, o alvo foi a gigante tecnológica Apple. A empresa foi obrigada a retirar duas aplicações da Meta da sua loja chinesa, devido a "problemas de segurança".

A empresa de Mark Zuckerberg não terá convencido Bruxelas a desistir do processo. A Apple vai enfrentar o regulador francês.
Mike Segar/Reuters
Negócios 19 de Abril de 2024 às 16:54
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As tensões tecnológicas entre os EUA e a China continuam a crescer e, desta vez, a investida veio do lado oriental. A Apple, empresa que fabrica o iPhone, foi obrigada a retirar duas aplicações da Meta – o WhatsApp e a Threads – da sua loja na região. A ordem veio da reguladora do espaço cibernético chinês, que acusa as duas aplicações de não cumprirem as regras nacionais em termos de cibersegurança.

A empresa criada por Steve Jobs atendeu ao pedido, por pura "obrigação de cumprir as leis dos países onde operam", mesmo que não concorde com as suas decisões, cita a Reuters. Já a reguladora chinesa apoia-se numa alegada presença de conteúdo "inflamatório" contra o presidente da China, Xi Jinping, que viola as leis de cibersegurança no país, para justificar a sua decisão, de acordo com o The New York Times. No entanto, não foram revelados detalhes sobre o conteúdo encontrado.

As duas aplicações da Meta não foram as únicas afetadas, esta sexta-feira, pelas decisões do governo chinês. O Telegram, que tem a sua sede no Dubai, e a americana Signal também foram retiradas da App Store da gigante tecnológica, segundo uma análise da AppFigures. No entanto, várias aplicações da Meta, como o Facebook, o Messenger e o Instagram continuam presentes na loja de aplicações da Apple, de acordo com a Reuters. 

A decisão precede a tentativa da Câmara dos Representantes dos EUA para passar uma lei que obriga a chinesa ByteDance, dona do TikTok, a vender a popular plataforma de partilha de vídeos, se não quiser que a mesma seja banida de território norte-americano. Os políticos dos EUA utilizam o mesmo argumento de ameaças à cibersegurança do país que a reguladora chinesa.

Na já longa batalha tecnológica entre a China e os EUA, podem-se contar várias investidas dos dois lados. A China proibiu, o ano passado, a comercialização de chips da norte-americana Micron no seu território, numa alegada resposta à tentativa de a Casa Branca proibir o acesso à compra e utilização de tecnologia avançada por parte da China.  

A decisão por parte da entidade reguladora chinesa demonstra também uma redução do espaço de manobra da Apple na China. A gigante tecnológica aproveitou-se da grande força laboral chinesa para se consolidar no mercado e tornar-se numa das empresas mais bem-sucedidas do mundo, enquanto tornou o mercado do país como uma das suas principais apostas. Segundo dados apresentados pela Apple, a China corresponde a cerca de 1/5 das suas vendas anuais – só no ano passado a Apple faturou cerca de 68 mil milhões de dólares no país.

 

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