"Quando ouço dizer que é preciso mais crédito para economia, faz-me sempre alguma confusão. Penso que, neste momento, as empresas têm crédito a mais, por mais impopular que isto seja", afirmou Carlos Tavares. Para o presidente da CMVM, as empresas "precisam essencialmente de mais capital e menos dívida", ainda que tenha havido uma "redução muito modesta nos últimos anos".

"Há dez anos estava convencido de que era possível que as empresas pudessem estar muito mais presentes no mercado" e isso "nem sempre se tem passado". Neste período, temos assistido a "entradas em bolsa a um ritmo muito fraco" e a um "número de saídas que quase equilibra o número de entradas", acrescentou Carlos Tavares.

"Temos hoje um mercado que é mais pequeno do que já foi", avalia o presidente da CMVM, sendo que houve situações de "algumas empresas importantes cujos preços colapsaram praticamente para zero" e "isto não é também um factor de credibilidade e de interesse pelo mercado".

Em resumo, temos hoje "um mercado que, quer do lado da oferta (o número de emitentes não cresceu), mas também do lado da procura não cresceu. Na prática, manteve-se estagnado", concluiu o presidente da CMVM.