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Bruxelas não foi informada mas pode investigar cortes no fornecimento de gás da Nigéria

A Nigeria LNG Limited alertou a Galp para "uma redução substancial na produção e fornecimento de gás natural liquefeito" devido às chuvas e inundações.

A gestora alemã comprou à Galp 75% da Galp Gás Natural Distribuição.
Pedro Zenkl
19 de Outubro de 2022 às 16:03
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A Comissão Europeia disse esta quarta-feira que a questão dos problemas de fornecimento de gás natural da Nigéria à Galp "ainda não foi levantada" em reuniões de monitorização semanais, vincando ter meios para investigar interrupções no abastecimento, quando verificadas.

"A Comissão está a monitorizar diária e semanalmente as quantidades de gás fornecidas à Europa e, se forem detetadas interrupções nos fluxos, os serviços da Comissão investigam as causas das perturbações", indica fonte oficial do executivo comunitário em resposta escrita enviada à agência Lusa.

Dois dias depois de a Galp ter indicado que a redução na produção e fornecimento de gás da Nigéria pode afetar abastecimento em Portugal, a instituição destaca que se "reúne semanalmente com os representantes dos Estados-membros no Grupo de Coordenação do Gás", encontros nos quais os países informam Bruxelas "sobre os desenvolvimentos recentes nos seus respetivos países que possam afetar a segurança global do aprovisionamento da União Europeia".

"Esta questão ainda não foi levantada nestas reuniões", adianta a mesma fonte oficial à Lusa.

A Nigeria LNG Limited alertou a Galp para "uma redução substancial na produção e fornecimento de gás natural liquefeito" devido às chuvas e inundações registadas na África Ocidental e Central, que pode meter em risco o abastecimento em Portugal, segundo uma nota enviada pela empresa portuguesa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários na noite de segunda-feira.

Naquela nota, a Galp dizia que ainda "não foi disponibilizada qualquer informação que suporte a avaliação dos potenciais impactos do evento, que poderão, no entanto, resultar em perturbações adicionais de abastecimento" à petrolífera portuguesa.

No seguimento dessa informação ao mercado, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática veio dizer que "não existe neste momento qualquer confirmação de redução nas entregas de gás da Nigéria", afirmando ainda não haver "escassez no mercado".

A tutela vincou que "qualquer informação alarmista é desadequada, ainda mais em tempos de incerteza global".

Já na terça-feira, a Galp disse que "não é claro neste momento" se as inundações da Nigéria, principal fornecedor nacional de gás natural, poderão causar ruturas adicionais de abastecimento e garantiu estar a monitorizar a situação.

O alerta surge numa altura de crise energética na União Europeia, acentuada pelos efeitos da guerra da Ucrânia, e quando a Comissão Europeia adota medidas para enfrentar os altos preços e os problemas no fornecimento, nomeadamente por parte da Rússia.
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