Os resultados trimestrais apresentados pela Energias de Portugal (EDP) ficaram ligeiramente abaixo das previsões dos analistas do BPI a nível consolidado. Ainda assim, os lucros acima do esperado fazem com que a casa de investimento mantenha uma opinião "positiva" sobre a eléctrica.

Os resultados líquidos da EDP cresceram 11,5% em relação ao primeiro trimestre de 2004, alcançando os 217 milhões de euros, mais do que o esperado pelo BPI. Esta subida ficou a dever-se, diz a casa de investimento, a uma taxa de impostos mais baixa do que o previsto e à contribuição das participações minoritárias da empresa. "Estes dois parâmetros merecerão especial atenção nos resultados do segundo trimestre. De qualquer forma, mantemos uma opinião positiva em relação à EDP", escreve o analista Enrique Soldevilla Manrique, numa nota de "research".

Como notícias positivas saídas desta divulgação de resultados, o BPI destaca os resultados acima do esperado da unidade de distribuição – que conseguiu uma redução de custos superior ao previsto pelos analistas – e a "performance" da Hidrocantábrico, que bateu as previsões "graças ao espantoso crescimento da actividade de geração de energia".

Por outro lado, o BPI diz que a erosão das margens da EDP provocada pelas "aquisições dispendiosas" de electricidade em Espanha e pela fraca contribuição das mini-centrais hidroeléctricas são más notícias, sendo também negativo o crescimento abaixo do esperado da contribuição das operações no Brasil.

O BPI mantém a recomendação de "acumular" e um preço-alvo de 2,40 euros para as acções da EDP.