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Bolsa nacional contraria Europa
A Euronext Lisbon contrariava a tendência das bolsas europeias, que seguiam a cair pressionadas pelo preço do petróleo e por algumas revelações de resultados empresariais aquém do esperado. O BCP era a empresa mais destacada ao valorizar mais de 2%. O PSI
A Euronext Lisbon contrariava a tendência das bolsas europeias, que seguiam a cair pressionadas pelo preço do petróleo e por algumas revelações de resultados empresariais aquém do esperado. O BCP era a empresa mais destacada ao valorizar mais de 2%. O PSI-20 somava 0,28% com a PT a absorver os ganhos do banco liderado por Jardim Gonçalves.
O índice PSI-20 [psi20] marcava 7.262,95 pontos, com sete acções a subir, nove a descer e quatro inalteradas.
Um operador de mercado contactado pelo Jornal de Negócios Online (www.negocios.pt) afirmou que o «BCP corrigia de quedas anteriores» e que a subida era motivada «pela venda do ramo não vida da Seguros e Pensões à CGD». O operador de mercado afirmou também que o dia se pautava «pela fraca liquidez».
O Banco Comercial Português (BCP) [bcp] marcava 1,86 euros, a crescer 2,2%. O BPI considera entre neutral e positivo o impacto da venda da Seguros e Pensões (SeP) à Caixa Geral de Depósitos (CGD), praticamente acordada entre as partes.
O Banco BPI [bpin] marcava 3 euros, a subir 1,01% e o Banco Espírito Santo (BES) [besnn] fixava-se nos 13,46 euros, a perder 0,30%.
A Portugal Telecom (PT) [ptc] era a empresa que mais pressionava o índice, ao descer 0,68% para os 8,74 euros. O volume de acções negociadas situava-se nos 689 mil.
A Semapa [sema] seguia nos 3,56 euros, a desvalorizar 1,11%, influenciada pela necessidade de financiamento para vir a adquirir os 45% da Portucel em bolsa por 527 milhões de euros.
O accionista Estado que controla 25,72% da Portucel, segundo o Jornal de Negócios, não vai alienar acções na OPA da Semapa, um facto que os analistas consideram positivo para a cimenteira liderada por Queiroz Pereira.
A empresa de Pedro Queiroz Pereira, que venceu o concurso de privatização de 30% da Portucel, tem por objectivo atingir a maioria do capital da papeleira, e foi obrigada pela CMVM a lançar recentemente uma OPA Geral sobre o capital da empresa. A Portucel [ptcl] marcava 1,55 euros do fecho de ontem.
A Novabase [nba] e a Reditus [red] são algumas das emitentes mais bem colocadas para integrar novamente o índice, caso a Portucel venha a sair de bolsa. No entanto, este cenário tem-se vindo a tornar menos provável.
A empresa liderada por Rogério Carapuça, caso se concretize este cenário, poderá recuperar das perdas das últimas sessões. As acções seguiam nos 5,10 euros, a descer 0,78%. A Reditus seguia inalterada nos 2,10 euros.
No mês passado, ingressaram no principal índice da Euronext Lisbon a Media Capital [mcp] e a Teixeira Duarte [txde], substituindo a Novabase e a SAG [SAG].
A Sonae [son], que detém uma fatia de 25% da Portucel e acordos com os banco CGD e BES, concedendo-lhes o direito de comprar essa mesma fatia, seguia nos 0,85 euros, a perder 1,16%.
Por outro lado, os bancos têm uma opção de venda, que concede-lhes o direito de aliená-la à empresa de Queiroz Pereira. Foi esta opção que levou a CMVM a obrigar o lançamento da OPA, pois a Semapa passa a deter, por imputação, os votos inerentes ao activo subjacente.
A Jerónimo Martins [jmar] seguia nos 9,68 euros, a subir 0,52%. A empresa assinou ontem a escritura referente ao aumento de capital. As acções têm vindo a crescer, já tendo tocado nos 10 euros, com os analistas a destacar a estrutura de capital da empresa e a possibilidade de estabelecer um «payout» entre 40 e 50% deste ano a serem distribuídos no próximo ano.
A Mota-Engil [egl] seguia inalterada nos 1,62 euros. O facto de a Mota-Engil ter vencido a primeira etapa do processo de escolha da empresa que construirá o segundo «outlet» do El Corte Ingles em Portugal é visto como positivo pelos analistas do BPI.
Caso a construtora vença todas as etapas, o impacto nas acções será ainda mais positivo, pois representa 10% das vendas esperadas para 2005.