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Bimbo compra Panrico mas não quer o pão de forma

Os Donuts vão passar a ser fabricados pela mesma empresa que produz os frutos secos Eagle. É o resultado da compra da Panrico pela Bimbo Iberia. A empresa compradora tem uma fábrica em Portugal, a comprada tem duas. Eventuais consequências da operação não se conhecerão para já.

Bloomberg
22 de Junho de 2015 às 15:11
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E se o pão de forma da Bimbo fosse produzido nas mesmas fábricas que os Donuts e o Bollycao? O caminho parece ser esse. A Bimbo quer ficar com a Panrico.

 

O grupo mexicano assinou um princípio de acordo para a compra da sua principal rival na Península Ibérica: a Panrico. A notícia surgiu na imprensa espanhola durante o fim-de-semana e já há confirmação oficial. "O Grupo Bimbo, S.A.B. de C.V anunciou um acordo preliminar para a aquisição da empresa Panrico S.A.U. em Portugal e Espanha", indica um comunicado oficial do grupo mexicano que, em 2011, voltou a controlar a unidade ibérica.


Em comunicado aos funcionários, a empresa alvo da compra também já confirmou a operação: "A junção dos grupos permitirá criar um líder na panificação e pastelaria em Espanha e Portugal, assegurando a viabilidade sustentada da Panrico", indica a mensagem citada pela imprensa espanhola.

Pão de forma da Panrico de fora

Não há valores indicativos sobre a operação. O que se sabe é que a aquisição deixa de fora o negócio de pão de forma da Panrico. Apesar da Bimbo, conhecida por este tipo de panificação, querer a Panrico, também conhecida pela mesma produção, este produto não será comprado. A opção é uma forma de evitar problemas junto da Concorrência espanhola, segundo avança o jornal espanhol Expansión. O objectivo da Bimbo é o de que o pão de forma Panrico seja comprado por outra empresa.

 

A combinação das operações irá criar uma empresa com 18 fábricas: 15 em Espanha e três em Portugal. Deverão contar-se 4.000 trabalhadores. Um dos obstáculos à operação é, neste momento, o processo judicial em torno da redução de trabalhadores iniciado em 2013 pela Panrico. 

 

A Bimbo Iberia, que voltou a estar nas mãos mexicanas originais em 2011, conta com uma fábrica de pão em Portugal, em Albergaria-a-Velha, a que se juntam sete infra-estruturas em Espanha. Em Portugal, conta com delegações de venda em Vila do Conde, Póvoa de Santa Iria e Algarve. Já a Panrico conta com uma central, em Mem Martins, onde se situa uma das suas duas fábricas de produtos alimentares – a segunda é em Vila Nova de Gaia. Tem 14 delegações, de acordo com informações inscritas no site oficial.

 

"A operação está ainda condicionada a um processo de avaliação operativa, que vai decorrer durante as próximas semanas, à celebração de diversos contratos relacionados com a potencial aquisição e à aprovação das autoridades espanholas da concorrência (CNMC)", indica o comunicado oficial da marca. O Negócios ainda não conseguiu obter a informação junto da Autoridade da Concorrência portuguesa sobre se os impactos da operação terão de ser notificados.

Eventuais consequências só depois da "due dilligence"

Esta segunda-feira, 22 de Junho, começará o processo de avaliação aprofundada da Panrico por parte da Bimbo, a chamada "due dilligence". Serão feitos estudos financeiros, nomeadamente uma auditoria, que poderá determinar se a aquisição se concretiza. O Expansión escreve que a compra será feita livre de dívida, depois de uma reestruturação levada a cabo pela Oaktree – que espera que, após o prejuízo de 5,5 milhões de euros em 2014, regresse aos resultados positivos.


Eventuais consequências da operação, nomeadamente em termos de activos ou de redução da força de trabalho, não são ainda conhecidas. Só quando a "due dilligence" terminar é que haverá novidades em relação a este tema.

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