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BEI: Resiliência das empresas portuguesas testada por obstáculos financeiros e regulamentares

Um relatório do Banco Europeu de Investimento (BEI) conclui que o investimento no país continua a crescer. Ainda assim, as empresas portuguesas enfrentam obstáculos de regulamentação e de financiamento acima da média da UE, que criam entraves à atividade.

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O investimento em Portugal continua a crescer, mas a regulamentação e a burocracia colocam maiores obstáculos ao país do que os registados no resto da Europa. As conclusões são de um inquérito levado a cabo pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), instituição de financiamento a longo prazo da União Europeia (UE).

A instituição refere que o investimento no país continua a crescer e que aumentou quase 14% em relação aos níveis registados na pré-pandemia. No que toca à percentagem de empresas que tencionam aumentar o seu investimento (20%), a mesma "parece permanecer estável e acima da média da UE", refere o BEI em comunicado.

Mas é nos principais entraves às empresas que Portugal compara negativamente com a média da UE, nomeadamente, no que toca às restrições em termos de financiamento e ao nível de regulamentação e burocracia.

O inquérito levado a cabo pelo BEI junto de cerca de 13 mil empresas de todos os Estados-membros da UE refere que, em Portugal, "os condicionalismos financeiros estão a aumentar e ultrapassam a média da UE". Neste ponto, o estudo indica que "a percentagem de empresas portuguesas com problemas no acesso a financiamento aumentou e está agora acima da média da UE devido à rejeição de empréstimos, às dificuldades na obtenção de financiamento suficiente e aos elevados custos do crédito".

"O forte desempenho de Portugal em termos de investimento, não obstante as pressões financeiras e regulamentares, demonstra a resiliência das empresas portuguesas", afirmou em comunicado Debora Revoltella, economista-chefe do BEI.

Os desafios regulamentares e logísticos são citados pelas empresas inquiridas como sendo os principais obstáculos à atividade empresarial. Nesta ótica, e em comparação com a UE, "as empresas portuguesas mostram-se mais preocupadas com o acesso a matérias-primas e componentes", aponta o relatório do BEI. 

As empresas nacionais apontam também como entraves ao investimento e obstáculos à expansão "a incerteza quanto ao futuro, a falta de mão de obra qualificada, a regulamentação e os custos da energia". Nesta linha, importa acrescentar que a "burocracia e a regulamentação da atividade económica continuam a ser desafios que afetam mais Portugal do que o resto da UE", nota o estudo.

Apesar dos entraves ao investimento e atividade empresarial registadas, Debora Revoltella sublinha que as empresas nacionais têm conseguido adaptar-se a esta realidade. A economista-chefe do BEI refere em comunicado que "embora os custos da conformidade, a burocracia e as dificuldades financeiras permaneçam desafios importantes, as empresas portuguesas continuam a adaptar-se e a inovar."

O Inquérito ao Investimento do Grupo BEI é um relatório anual baseado numa sondagem realizada junto de cerca de 13 mil empresas de todos os Estados-membros da UE, com uma amostra adicional oriunda dos Estados Unidos.

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