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BCP dispara mais de 4% e negoceia 1,66% do capital
As acções do BCP dispararam hoje quase 4% para os 3,43 euros, com cerca de 60 milhões de títulos transaccionados. Os sinais de clarificação na gestão de topo do BCP foi aplaudida pelo mercado. Apesar do “rally” de hoje, as acções não recuperaram a totalid
As acções do BCP dispararam hoje quase 4% para os 3,43 euros, com cerca de 60 milhões de títulos transaccionados. Os sinais de clarificação na gestão de topo do BCP foi aplaudida pelo mercado. Apesar do "rally" de hoje, as acções não recuperaram a totalidade das perdas acumuladas desde a AG de segunda-feira.
As acções do Banco Comercial Português (BCP) [BCP] fecharam em alta de 3,94% para os 3,43 euros, no dia em que o Jornal de Negócios avançou com uma notícia que dá conta da saída de Paulo Teixeira Pinto do cargo de presidente do conselho de administração executivo.
As acções até começaram o dia em queda, tendo chegado a perder um máximo de 3,33% para os 3,19 euros.
Ao longo da sessão e à medida em que iam sendo publicadas notícias na imprensa a confirmar a saída de Paulo Teixeira Pinto, os títulos foram recuperando e chegaram a registar uma valorização máxima de 4,55% para os 3,46 euros.
Apesar do "rally" das acções na sessão de hoje, o BCP não conseguiu recuperar da queda acumulada desde segunda-feira, altura da realização da assembleia geral.
De terça-feira até quinta-feira, as acções do BCP acumularam uma perda superior a 9%, o que representou uma perda de capitalização bolsista de mais de mil milhões de euros.
Na semana que terminou hoje, o balanço para o BCP foi uma queda de 3,92%, num período em que o índice PSI-20 [PSI20] somou 0,03%.
"A AG de segunda-feira afastou vários accionistas do capital do banco e alguns regressaram hoje já que a notícia da saída de Paulo Teixeira Pinto representa um primeiro sinal de clarificação a nível da gestão de topo do BCP", disse um operador de mercado contactado pelo Jornal de Negócios.
Ao longo da sessão de hoje, foram movimentados quase 60 milhões de acções do BCP, o que corresponde a 1,66% do capital.
"O título vai reagir positivamente no curto prazo pela clarificação na gestão do banco", afirmou um outro "dealer", citado pela agência Reuters.
Em relação à tendência das acções a partir da próxima semana, um analista de banca explicou ao Jornal de Negócios que "tudo vai depender da percepção do mercado em relação à estabilidade futura a nível da gestão. Se esta solução [saída de Paulo Teixeira Pinto] resultar numa estabilidade de longo prazo para o banco, estão as acções poderão continuar a reagir positivamente e a acompanhar mais a tendência do sector na Europa".
"No entanto, uma situação de estabilidade e consenso retira algum ângulo especulativo ao título. Desde a AG de 28 de Maio, parte da valorização das acções deveu-se à especulação de que a divisão dos accionistas tornava o banco mais vulnerável a ser alvo de uma OPA", acrescentou a mesma fonte.
Este "ângulo especulativo" ganhou novos contornos depois do BPI, na AG de 6 de Agosto, ter vindo anunciar publicamente que iria votar contra as propostas de alteração de estatutos, colocando-se assim do lado dos accionistas que estavam a apoiar o fundador do banco, Jardim Gonçalves, na luta pelo poder.
Com a valorização de hoje, as acções do BCP elevam para 22,5% o ganho acumulado em 2006. Neste período, o índice Dow Jones Stoxx para o sector da banca na Europa está a perder 7,1%.