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BCP anula ganhos de 2007 com queda superior a 5%

O BCP fechou a desvalorizar 5,42%, anulando a totalidade dos ganhos de 2007. Em três meses, a instituição liderada por Filipe Pinhal perdeu mais de 5 mil milhões de euros, sendo o banco da Zona Euro mais castigado desde o início da crise do "subprime". A

25 de Setembro de 2007 às 16:54
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O BCP fechou a desvalorizar 5,42%, anulando a totalidade dos ganhos de 2007. Em três meses, a instituição liderada por Filipe Pinhal perdeu mais de 5 mil milhões de euros, sendo o banco da Zona Euro mais castigado desde o início da crise do "subprime". A ausência da Teixeira Duarte da Comissão de Governo da Sociedade leva a ES Research a afirmar que as questões de "governance" vão continuar a pesar no título.

As acções do Banco Comercial Português (BCP)[BCP] fecharam a descer mais de 5% para 2,79 euros, já abaixo do preço de fecho de 2006, nos 2,80 euros

Com o desempenho de hoje, a instituição bancária anula a totalidade dos ganhos acumulados em 2007. Este ano, o fim da OPA sobre o Banco BPI [BPIN] e as lutas de poder na gestão de topo do banco (e que culminaram com a saída de Paulo Teixeira Pinto) levaram a acção a um máximo de 4,30 euros, no dia 26 de Junho.

Desde então, o banco já perdeu um terço do seu valor, o que corresponde a uma perda de capitalização bolsista superior a 5 mil milhões de euros. Hoje o banco vale pouco mais de 10 mil milhões de euros, quando há menos de três meses atrás estava avaliado no mercado em mais de 15 mil milhões de euros

Depois de ter chegado a liderar os ganhos do sector na Europa, o BCP também acabou por ser afectado pelo desempenho do sector que está a ser pressionado pela crise do "subprime" nos EUA e que culminou com alguma escassez de liquidez no sistema monetário.

Desde o início da crise, a 19 de Julho, o BCP é o banco mais castigado da Zona Euro, estando neste período a sofrer uma perda de 30%.

No índice mais abrangente Dow Jones Europe Stoxx Banks, que agrega os 64 maiores bancos europeus, o mau desempenho do BCP só é superado pelos ingleses Northern Rock, Alliance & Leice e Bradford, instituições britânicas que foram mais afectadas pela crise dos "subprime".

O primeiro chegou mesmo a recorrer aos fundos de emergência do Banco de Inglaterra para ter dinheiro para pagar aos seus clientes que fizeram longas filas à porta da instituição com o intuito de resgatar os depósitos.

Hoje o índice para o sector da banca europeia depreciou 1,25%. A crise no mercado do crédito voltou a intensificar-se, com as taxas de juro que os bancos cobram nos empréstimos entre si a subirem pelo terceiro dia seguido.

"Governance" vai continuar a pesar na cotação

As acções do BCP chegaram este ano a valorizar mais de 50%, quando vários accionistas de referência reforçaram as posições no capital, com o objectivo de aumentar o poder para participarem nas sucessivas assembleias geral realizadas em 2007.

Passada esta fase, os analistas previam que alguns dos accionistas de referência pudessem regressar ao mercado e inundar a bolsa com títulos do banco.

Este será um dos factores que poderá estar a pressionar o papel, numa altura em que a questão de alteração do modelo de governo do BCP (e que esteve no cerne da crise que se viveu no banco) continua em cima da mesa e sem fim à vista.

O conselho geral e de supervisão (CGS) do BCP mandatou ontem a renovada comissão de governo da sociedade do banco para "coordenar os trabalhos de reflexão sobre o actual modelo de governo", tendo em conta as propostas de accionistas e órgãos sociais.

Uma iniciativa em que Pedro Teixeira Duarte não se revê, pelo que decidiu manter os seus contactos com todos os accionistas do grupo, tendo em vista alterar o sistema de governação do banco.

Esta aparente divisão entre o fundador do banco e Pedro Teixeira Duarte poderá abrir as portas a novas fracturas, pressionado a cotação.

"Considerando as circunstâncias actuais, parece improvável que um acordo entre os maiores accionistas e Jardim Gonçalves seja alcançado a curto prazo, o que pensamos que poderá continuar a pesar na cotação", dizem os analistas da ES Research numa nota enviada a clientes a comentar a notícia do Jornal de Negócios.

O banco de investimento tem uma recomendação de "vender" para o BCP e um preço-alvo de 3,20 euros.

 

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