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Banco europeus podem ter de amortizar parte dos activos que compraram antes da crise

Os bancos que fizeram aquisições antes da crise poderão ter de registar imparidades ao seu activo, antes de procederem à venda de carteiras de crédito e de aumentarem capital.

18 de Novembro de 2011 às 14:07
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Quando uma empresa compra outra por um preço superior ao seu valor contabilístico, a compradora tem de contabilizar esta diferença numa rubrica contabilista chamada “goodwill”. Esse valor pode sofrer imparidades no caso de se verificar que é inferior ao contabilístico.

O montante que os bancos europeus têm registado na rubrica de “goodwill” ascende a 270 mil milhões de dólares, segundo a Bloomberg. Agora, que os bancos necessitam de apurar e colmatar as suas carências de capital, poderão ter de apurar imparidades a estes activos

Depois de o italiano Unicredit ter registado uma imparidade de 8,7 mil milhões euros no activo por conta de uma revisão em baixa do valor do “goodwill”, os analistas dizem que poderá haver mais bancos a seguir-lhe as pisadas.

As instituições financeiras com maiores contas de “goodwill” são o Banco Santander, Crédit Agricole e o Intesa Sanpaolo, refere a Bloomberg. As imparidades ao valor do “goodwill” não têm impacto negativo nos rácios de capital, refere a mesma agência.

“Os bancos que pagaram um prémio por negócios quando as perspectivas eram melhores terão de reavaliar o ‘goodwill’ no seu balanço”, disse o sócio da Deloitte LLP, Andrew Spooner, à Bloomberg. “Aquisições previas que estão expostas à Europa periférica são mais vulneráveis a imparidades”, acrescentou.

Os bancos negoceiam a preços que lhes conferem uma capitalização bolsista equivalente a 58% do seu valor contabilístico. O registo de imparidades no valor do “goodwill” fará convergir o valor contabilístico dos bancos com a avaliação do mercado, numa altura em que alguns bancos terão de vender acções para reforçar rácios de capital.

“Uma grande perda contabilística nunca fica bem, mas frequentemente é parte de uma mudança estratégica de direcção”, disse o analista de banca do Citigroup, Kinner Lakhani, à Bloomberg. “Espero ver mais desvalorizações pressionadas pelas regras contabilísticas e por necessidade comercial”, acrescentou.

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