A banca nacional vendeu a instituições bancárias estrangeiras títulos do Tesouro português no valor de 54,87 mil milhões de euros (11 mil milhões de contos), ao longo dos últimos anos, para garantir fundos para conceder empréstimos, noticiou o «Diário de Notícias».

O montante de títulos vendidos ascende a cerca de 50% do produto interno bruto (PIB) nacional, sendo equivalente a quase dois anos de impostos pagos pelos contribuintes portugueses.

Na base deste movimento terá estado a subida dos créditos solicitados pelos particulares e empresas nacionais nos últimos anos, impulsionados pela tendência de descida das taxas de juro até finais de 1999.

Uma vez que a economia nacional não foi capaz de criar riqueza através das exportações, para garantir o equilíbrio da dívida externa, os bancos viram-se forçados a alienar activos para continuarem a garantir financiamentos no estrangeiro, segundo a mesma fonte.

O Banco Santander Central Hispano (BSCH) alertou, num estudo efectuado a 21 de Maio, para o endividamento externo no sector da banca, que representa actualmente cerca de 20% do PIB nacional, quando em 1998 correspondia a 2% do PIB.

Esta situação «representa um grande risco para a economia, devido à vulnerabilidade em que coloca o sector bancário», sendo que caso esta tendência continue, «Portugal corre o risco de enfrentar maiores custos de financiamento», segundo os analistas da instituição bancária.