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Argentina expropria 51% da YPF à Repsol (act.)

Cristina Fernández de Kirchner anunciou o envio ao Congresso de um projecto de lei para salvaguardar a soberania dos hidrocarbonetos da Argentina. E com isso vai buscar 51% da petrolífera YPF, que é detida maioritariamente pela espanhola Repsol.

16 de Abril de 2012 às 18:09
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Cristina Fernández de Kirchner anunciou o envio ao Congresso de um projecto de lei para "salvaguardar a soberania dos hidrocarbonetos da Argentina”, avança o “El Mundo”.
Nesse sentido, a presidente da Argentina declarou como sendo de utilidade pública - e sujeita a expropriação – 51% do património da petrolífera YPF, que a espanhola Repsol controla a 57,4%. O restante está nas mãos do grupo argentino Petersen, da família Eskenazi, que detém mais de 25%, e dos investidores de Wall Street, que detêm 18%.

Agora, nos termos deste projecto de lei, o Estado argentino fica com 51% da parte da YPF que está nas mãos da Repsol. Essas acções, segundo especifica o projecto de lei, serão repartidas entre o Estado Nacional e as províncias que integram a Organização Federal de Províncias Produtoras de Hidrocarbonetos (OFEPHI) da seguinte forma: o governo ficará com 26,01% do total e as províncias petrolíferas com 24,99% (o que corresponde, respectivamente, a 51% e a 49% dos 51% que serão expropriados.

O projecto de lei será votado no Congresso dentro de algumas semanas. Será o Tribunal de Tasación (de avaliação) argentino que decidirá quanto há a pagar pela companhia, sublinha o “El Mundo”.

A Repsol investiu 20.000 milhões de euros nos 13 anos decorridos desde que comprou a filial argentina em 1999, salienta ainda o “Cinco Dias”. “Muitos meios políticos davam por segura uma trégua neste conflito em relação à YPF, mas a bomba estoirou: a presidente da Argentina anunciou publicamente que o seu governo remeteu ao Parlamento do país o projecto de lei (…) no qual se estabelece a declaração de ‘utilidade pública’ da filial da Repsol”, acrescenta o mesmo jornal.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, garantiu hoje – antes de a notícia da expropriação ser conhecida – que “onde houver uma empresa espanhola, lá estará o governo defendendo-a como um interesse próprio”, já que o compromisso com a internacionalização é “firme e constante”, diz ainda o “Expansión”.

A YPF segue a cair 16% em Wall Street após a notícia sobre a sua expropriação.


(Texto corrigido com a percentagem de capital a nacionalizar pela Argentina)
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