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Argentina explica nacionalização da YPF no FMI e Banco Mundial

Ontem o Senado argentino deu o segundo passo no caminho da nacionalização da YPF, ao aprovar a proposta de Cristina Kirchner. A presidente argentina pretende explicar a sua decisão no FMI e Banco Mundial, numa altura em que os Estados Unidos endurece a sua posição.

19 de Abril de 2012 às 10:27
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A Argentina defende com "unhas e dentes" a sua posição de tirar 51% da YPF à Repsol. A presidente Cristina Kirchner garante que os argentinos "estão a mudar uma história que muitas vezes não quiseram escrever e que outros fizeram por eles".

E neste registo, citada pelo "Clarín", continuou: "Estão a ser dados passos muito importantes e impensáveis há muitos anos. Progrediu-se muito depois da ecatombe anterior a 2033". E voltou a lembrar o falecido marido, Néstor Kirchner, que, em 2003, declarou que o grande problema energético foi a desnacionalização e a venda das acções da YPF. Nos últimos dias, no entanto, na Argentina recordam-se outras palavras do casal Kirchner que, em 1992, era favorável à privatização da YPF. E ainda recordam que a própria Cristina Kirchner elogiou várias vezes a gestão da Repsol, dando-a como modelo.

O processo de expropriação de 51% da Repsol na YPF continua a seguir o seu percurso. Depois de anunciado formalmente o projecto de nacionalização, o diploma foi, ontem, aprovado no Senado com maioria, graças ao apoio da Frente para la Victoria e da Unión Cívica Radical, assim como da Frente Amplio Progresista. Bastaram dois dias para as comissões no Senado aprovarem o projecto que agora tem de ser debatido na Câmara Alta, o que deverá acontecer na próxima semana. Daqui seguirá para a Câmara de Deputados que convertirão o projecto em Lei, ao que tudo indica no início de Maio, escreve o "Clarín".

Mas esta intervenção argentina está a ser debatida a nível internacional. Espanha junta aliados, nomeadamente nas deslocações que Mariano Rajoy está a fazer na América Latina, pelo México e Colômbia.

Cristina Kirchner também não fica por aqui e, segundo o jornal argentino", tenciona levar o assunto quer ao FMI quer ao Banco Mundial. O ministro da Economia argentino, Hernán Lorenzino, vai defender, segundo escreve o "El Mundo", a "importância" para a Argentina da decisão, como forma de "fortalecer a soberania energética". Este é o grande argumento para justificar o interesse público da nacionalização por parte da Argentina. Para a Argentina a Repsol não teve uma gestão eficiente, o que colocou em risco o auto-abastecimento de combustíveis do país.

Estados Unidos condenam

Até ao momento, a posição dos Estados Unidos da América resumia-se a uma curta declaração de Hillary Clinton, chefe da diplomacia norte-americana, que apenas afirmou que a Argentina deveria justificar e assumir a expropriação da YPF. Segundo escreve o jornal argentino "Clarín", Mariano Rajoy terá feito saber, através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel García-Margallo, que esperava um apoio a espanha mais entusiasta. E assim aconteceu. Ontem, Washington tomou uma posição mais clara. Coube a Mark Toner, porta-voz adjunto do Departamento do Estado, fazê-lo. E declarou: os Estados Unidos "estão muito preocupados com a ideia do governo da Argentina de nacionalizar a Repsol YPF", classificando-o como "um acontecimento negativo contra investidores estrangeiros", o que poderá ter "um efeito adverso na economia argentina e poderá desalentar o ambiente investidor na Argentina".

Por isso, instou o Governo argentino a normalizar as suas relações no campo financeiro.

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