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António Costa "ressuscitou" negócio das vacinas antialérgicas da Bial

O primeiro-ministro elogiou o trabalho realizado pela Bial em matéria de inovação, "nas áreas das neurociências, no sistema cardiovascular e na imunoterapia alérgica". Acontece que este último negócio foi alienado pela maior farmacêutica há mais de um ano.

17 de Abril de 2018 às 18:05
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"É para mim uma enorme satisfação, em pouco mais de um ano, ser a segunda vez que aqui estou na Bial", começou por afirmar António Costa, na tarde desta terça-feira, 17 de Abril, na cerimónia que se seguiu à inauguração da ampliação do centro de Investigação e Desenvolvimento da maior farmacêutica portuguesa, que representou um investimento de cinco milhões de euros.

 

"E estar aqui hoje para testemunhar a inauguração deste novo centro de investigação e desenvolvimento, que é uma marca essencial daquilo que diferencia a Bial não só no nosso panorama industrial, na nossa economia, mas também no quadro europeu", enfatizou o primeiro-ministro.

 

Mas à terceira frase do seu discurso, o chefe do Governo "ressuscitou" um negócio que a Bial vendeu precisamente aquando da anterior visita de Costa à empresa, em Janeiro do ano passado.

 

"A Bial é hoje a empresa portuguesa que mais investe em investigação e desenvolvimento, cerca de 50 milhões no desenvolvimento de novos medicamentos nas áreas das neurociências, no sistema cardiovascular e na imunoterapia alérgica", afirmou o primeiro-ministro.

 

Acontece que a Bial, que detém os dois únicos medicamentos desenvolvidos em Portugal e que estão em comercialização em dezenas de países, vendeu a área das vacinas antialérgicas para apostar "todas as fichas" na investigação de novas soluções de tratamento nas áreas das neurociências e cardiovascular.

 

A Bial vendeu então à empresa alemã Roxall a unidade de negócio de imunoterapia alérgica, operação que incluiu as áreas comerciais dedicadas à alergologia em Espanha, Portugal e Itália, assim como a unidade de produção e de I&D de Bilbau, em Espanha, envolvendo cerca de uma centena de trabalhadores.

 

De resto, na intervenção que António Costa efectuou esta terça-feira, na Bial, o primeiro-ministro classificou a empresa como "uma ponta de lança da internacionalização da nossa indústria", considerando que esta farmacêutica "é um modelo daquilo que tem sido a estratégia de desenvolvimento do nosso país".

 

"Uma estratégia de desenvolvimento que só pode assentar simultaneamente na inovação e na internacionalização, sendo que é impossível haver mais internacionalização se não houver maior inovação", defendeu.

 

E relembrou as metas estratégicas do Governo no sentido de "reforçar o investimento em inovação de forma a que tenhamos 3% do PIB em 2030, um terço com o esforço do Estado e dois terços do sector privado", quando "há dois anos a investigação [representava] 1,6% do nosso PIB".

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