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António Costa: "Antes para ser empresário era preciso ser herdeiro"

O primeiro-ministro considera que as start-ups mudaram a mentalidade empresarial nacional. E defendeu que o país deve continuar a apostar na educação para se tornar mais competitivo. "A ideia de que tínhamos licenciados a mais foi das coisas mais dramáticas que aconteceram ao país", afirmou Costa.

Lusa
20 de Abril de 2018 às 13:10
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O primeiro-ministro considera que as novas empresas tecnológicas trouxeram uma nova mentalidade ao mundo empresarial em Portugal. António Costa defende que só com a aposta na educação é que o país pode ser mais inovador.

"Antes para ser empresário era preciso ser herdeiro, depois era preciso ter condições para ter apoio do sistema financeiro. Aquilo que o empreendedorismo e as start-ups têm vindo a permitir criar é que qualquer um que tenha um bom projecto, tenha a oportunidade de o concretizar", começou por dizer o primeiro-ministro esta sexta-feira, 20 de Abril, durante a apresentação da nova parceria da plataforma Farfetch com a marca de luxo Burberry.

"Isso é muito importante para a transformação do ciclo empresarial do nosso país. Nós há muito anos temos uma posição central no sector da moda, produzimos têxtil e calçado", afirmou, destacando que o país está cada vez mais a apostar na criação de produtos, e não só na sua produção, dando os exemplos dos centros digitais da Mercedes que opera em Lisboa há um ano, e o da Volkswagen que deverá abrir ainda em 2018, com o objectivo de contratar 300 profissionais especializados em tecnologias de informação.

"A Volkswagen não anunciou uma extensão da Autoeuropa, o que seria bem vindo, mas um centro de desenvolvimento de software", destacou.

"Grande parte das start-ups não se tornam Farfetch, mas é preciso que haja muitas start-ups para que surjam algumas Farfetch. É preciso perder o medo do risco e de falhar. Não sei quantos projectos o José Neves teve de fracassar para produzir a Farfetch, mas a probabilidade é ter tido alguns falhanços antes do sucesso", defendeu durante o seu discurso.

"A Farfetch deixa de ser simplesmente uma plataforma de venda de produtos de moda, para passar a ser uma agregadora de ideias, de projectos e de novas empresas. Isto significa que a Farfetch quer ajudar novas empresas a ser aquilo que a Farfetch entretanto se tornou"

Assim, o primeiro-ministro defendeu que o país precisa de "investir na educação, investir no acesso ao ensino superior, investir mais na ciência, na formação qualificada. É essa a trajectória que nos permitirá ter sucesso no mundo de hoje. Estas políticas só têm sucesso quando pensadas no longo prazo".

"A ideia de que tinhamos licenciados a mais foi das coisas mais dramáticas que aconteceram no país. Nós temos porventura ainda empregos qualificados a menos para os licenciados que temos", defendeu o primeiro-ministro, referindo-se às polémicas declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, em 2014 quando disse que havia um excesso de licenciados no país.


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