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Amorim vende 10% da Corticeira por 107 milhões

A Amorim International Participations e a Investmark Holdings, ambas sob o comando de Américo Amorim, venderam 10% da Corticeira, por 107,07 milhões de euros. 

1º - Américo Amorim, com uma fortuna avaliada em quase 2,5 mil milhões de euros
Paulo Duarte/Negócios
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As duas empresas, sob o comando de Américo Amorim, lançaram esta quinta-feira uma oferta particular de venda de 10% da Corticeira Amorim. Em comunicado enviado à CMVM esta noite, a Corticeira diz que a venda foi concluída com sucesso.

A Amorim International Participations e a Investmark Holdings" informam ter concluído com sucesso a venda, por cada uma das sociedades, em oferta particular, de 6.650.000 acções representativas de 5% do capital social da Corticeira Amorim", sublinha o documento.

 

Assim, o total da venda ascendeu a 13.300.000 acções representativas de 10% do capital da Corticeira Amorim, acrescenta.

 

"A contrapartida total da oferta ascende a 105.070.000,00 Euros, correspondente a um preço por acção de 7,90 euros", avança também o comunicado, salientando que a liquidação da oferta decorrerá no dia 8 de Novembro "com a entrega das ações e o pagamento do preço (ou a transmissão das acções em bolsa)".

 

Após a liquidação da oferta, a Amorim International Participations e a e a Investmark Holdings passarão a deter participações de 10,086% e de 13,778%, respectivamente, no capital social da Corticeira.

 

As duas sociedades que venderam as posições comprometem-se a, por 180 dias, não alienar o resto do capital que têm em mãos. "Os oferentes, bem como as entidades controladas por ou sob controlo conjunto dos oferentes, comprometem-se a respeitar um prazo de lock-up de 180 dias, contados da data da liquidação da oferta, relativo à venda das ações da Corticeira Amorim detidas por estas entidades, que não venham a ser alienadas no âmbito da oferta", refere o comunicado.

 

"A oferta e a venda de ações foi exclusivamente dirigida e executada a/junto de investidores institucionais fora dos EUA de acordo com o regulamento S do United States Securities Act de 1933, e suas alterações (o "Secutiries Act") e dentro dos EUA apenas a investidores institucionais qualificados, conforme definido no Securities Act, numa transacção não sujeita a registo ao abrigo do Securities Act, através de um processo de ‘accelerated bookbuilding’ [uma venda acelerada daquelas acções a investidores institucionais], sujeito à procura, preço e condições de mercado", remata.

 

Américo Amorim tinha já especificado esta tarde que o processo de venda de 10% da sua Corticeira se destinava apenas a investidores qualificados e que mesmo após a venda manteria mais de dois terços da produtora de cortiça.  


A Amorim International Participations alienou assim uma fatia de 5% da sua posição de 15,086%, e a Investmark Holdings vendeu também 5% da sua participação de 18,778%.

 

Américo Amorim tem ainda 51% da Corticeira através da Amorim Capital, mas dessa não sairá qualquer posição com esta operação. Assim, mesmo depois de se desfazer desta participação de 10%, o grupo do empresário permanecerá com mais de 70% da Corticeira Amorim. 

A operação foi coordenada pelo UBS, com a ajuda do BPI, e foi justificada com a procura, já que o desempenho em bolsa tem sido bastante positivo.

A Corticeira Amorim esteve, em Outubro, nas cotações mais elevadas de sempre (9,899 euros). A última semana tem sido negativa para a empresa industrial, caindo há quatro dias seguidos, tendo esta quinta-feira encerrado a valer 8,645 euros. 

Assim, o preço de 7,90 euros obtido na venda dos 10% da Corticeira correspondeu a um desconto de 8,6% face à cotação de fecho de 3 de Novembro.


Aquando do anúncio desta operação, 83% do capital da empresa estava imputado a Amorim, sendo que apenas 15% estava disperso em bolsa em participações minoritárias. É este, o chamado "free float" - a dispersão de capital - que os oferentes visam aumentar com a operação. 

A Corticeira Amorim apresentou, nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 32,7% dos lucros para 55,2 milhões de euros, mais 32,7%. Para os accionistas, o conselho de administração da líder mundial da cortiça propõe a distribuição de um dividendo extraordinário de 8 cêntimos por título. 


(notícia actualizada às 00:16)

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