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Altice: Trabalhadores da Meo admitem "agir judicialmente" contra arguidos

Comissão de Trabalhadores quer que a CEO da Altice indique "qual a estratégia que está a ser pensada para recuperar o desfalque" da Altice e admite recorrer à justiça para a Meo ser "ressarcida dos prejuízos".

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A Comissão de Trabalhadores (CT) da Meo admite a possibilidade de "agir judicialmente" contra os arguidos do caso Altice. É o que indica um comunicado enviado às redações, que inclui uma lista de "solicitações" feitas à presidente executiva da Altice Portugal.

"Se existir enquadramento legal para tal, a CT não exclui a possibilidade de agir judicialmente contra os alegados autores dos crimes, na perspetiva da Meo ser ressarcida dos prejuízos", pode ler-se no comunicado.

Os trabalhadores querem saber, em concreto, "o valor global em que a Altice foi penalizada - e por arrasto, a Meo" e qual a estratégia da empresa "para reaver o valor alegadamente 'perdido' e qual o reforço dos capitais próprios previstos para a consolidação da empresa". 

A CT quer que a CEO da Altice, Ana Figueiredo, esclareça também "as razões objetivas" que levaram à suspensão de alguns trabalhadores, bem como "as direções, departamentos e equipas que estão a ser monitorizados, neste momento" e as ações que vão ser aplicadas a esses funcionários, caso seja provado dolo ou negligência.

Por fim, a CT da Meo sublinha que, nas reuniões que realizou, "ficou bem evidente que não existe a confiança e tranquilidade de que todos temos ouvido falar".

Os trabalhadores insistem em ser considerados "como parte da solução", algo que lamentam não estar aparentemente a ser considerado pela administração.

"Da Comissão Executiva, e da presidente executiva em particular, gostaríamos de ouvir o que têm a dizer sobre os alegados crimes praticados sob a vossa gestão, que lesaram a Altice, e também qual a estratégia que está a ser pensada para recuperar o desfalque, dado que essas verbas são necessárias para a operação, no mínimo para capitalizar a empresa", apelam.

"Mais do que palavras, este é o momento de agir. Precisamos de respostas e de certezas, não de eufemismos", rematam.



A investigação em causa, denominada de "Operação Picoas", tem Armando Pereira, cofundador do grupo Altice, e Hernâni Vaz Antunes, braço direito de Pereira, como principais arguidos, mas não só. No total, suspeita o Ministério Público, os alegados esquemas terão lesado o Estado e o grupo empresarial em centenas de milhões de euros. 

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