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Adoramos inovação mas valorizamos a tradição

Quem não se lembra do cheiro a sabão da roupa lavada em casa dos avós? A memória olfactiva ainda hoje determina as escolhas dos consumidores nos produtos de limpeza. Já na cosmética, as portuguesas deixam de lado a tradição, e aventuram-se nas novidades da indústria.

Bloomberg
27 de Novembro de 2013 às 23:40
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Detergentes

Consumidores gostam do "cheiro a lavado" à antiga portuguesa

 

O cheiro é o elemento determinante na escolha dos detergentes. Na roupa o aroma a sabão está no topo das preferências, já que o cheiro a lavado à "antiga portuguesa" permanece no imaginário dos consumidores.

 

"Pensávamos que os consumidores gostavam da roupa branca mas os inquéritos realizados mostram que o que é mais atractivo é o cheiro e não a eficácia", disse ao Negócios António Rousseau, consultor na área da distribuição.

 

São várias as empresas no mercado que se adaptaram a esta preferência como é o caso da alemã Henkel, que lançou uma versão do Persil com sabão azul e branco em exclusivo para Portugal. "O sabão azul e branco é um truque português usado desde sempre na remoção das nódoas. Com o lançamento deste produto os consumidores tiveram acesso a este ingrediente tradicional para uso na máquina de lavar", afirma Ana Catarina Sanches, responsável de produto.

 

Já na limpeza da casa é preciso garantir que tudo fica a brilhar. Os consumidores portugueses precisam do cheiro e da sensação de desinfecção. Por esse motivo o amoníaco é um elemento indispensável na higiene do lar. "A Henkel tem produtos exclusivos para Portugal como é o caso do Sonasol Amoniacal, devido à preferência por este tipo de ingrediente. Actualmente é o produto mais vendido do mercado de lava-tudo.", refere Angela Marques, responsável de produto.

 

 

Cosmética

Mulher portuguesa "adora a inovação" das marcas e paga por isso

 

A típica consumidora portuguesa gosta de experimentar novos lançamentos das marcas que conhece. E mesmo na actual conjuntura, está disposta a pagar por isso. Rodrigo Pizarro, director da L'Oréal Portugal, multinacional que detém a L'Oréal Paris e outras 27 marcas mundiais de cosmética, maquilhagem, tratamento capilar e perfumaria, reconhece que a consumidora nacional "adora a inovação".

 

A portuguesa está, por comparação com outros mercados onde o grupo francês tem presença, "muito mais vocacionada para a marca" e para experimentar novos lançamentos do que noutros países do resto da Europa. E está igualmente disposta a pagar o preço pelas inovações, admite o gestor, que está há 21 anos a trabalhar na multinacional, dos quais 14 como expatriado.

 

Rodrigo Pizarro dá o um exemplo da casa, em que um dos últimos lançamentos de tratamento para o rosto, "apesar de ter um preço elevado, está a ser um sucesso absoluto", afirma. O que é "extremamente atípico para a situação actual do País", reconhece. Em geral, conclui, a cliente portuguesa é mais dirigida para o consumo de produtos de higiene e beleza do que para maquilhagem. Face à média europeia, investe menos em maquilhagem e mais em produtos como de tratamento capilares ou desodorizantes. "Entende a capacidade de se cuidar".

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