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AdC abre investigação à aquisição de fundos de investimento pela Fidelidade

A entidade liderada por Margarida Matos Rosa considera que a compra de dois fundos de investimento imobiliário pela Fidelidade pode resultar "em entraves significativos à concorrência efetiva no mercado".

Pedro Catarino
05 de Julho de 2019 às 18:13
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A Autoridade da Concorrência (AdC) abriu uma investigação aprofundada à compra de dois fundos de investimento imobiliário pela Fidelidade. A entidade liderada por Margarida Matos Rosa considera que esta aquisição pode ter impacto "significativo" na concorrência do mercado. 

"A AdC decidiu abrir uma investigação aprofundada à operação de concentração que envolve a aquisição de controlo exclusivo, pela Fidelidade, de dois fundos de investimento imobiliário, anteriormente geridos por uma sociedade gestora de fundos do grupo CGD", lê-se no comunicado enviado esta sexta-feira, 5 de julho.

Em causa estão os fundos fechados Saudeinveste e IMOFID, que, segundo a AdC, detêm vários imóveis em diversas zonas do país.

"Na análise desta operação de concentração, considerou-se a sua dimensão vertical, uma vez que parte dos ativos imobiliários em causa são utilizados, em regime de arrendamento, por operadores hospitalares privados concorrentes da Luz Saúde, empresa que integra o grupo Fidelidade, que passará a deter a gestão dos referidos Fundos Imobiliários", nota a AdC.

A entidade liderada por Margarida Matos Rosa explica ainda que decidiu dar início a esta investigação "por considerar que, perante os elementos recolhidos até ao momento, não se pode excluir que a referida operação de concentração resulte em entraves significativos à concorrência efetiva no mercado, uma vez que se identificou a possibilidade de vir a ocorrer um encerramento do mercado aos operadores concorrentes da Luz Saúde que dependem daqueles ativos imobiliários".

Foi esta semana, na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, que Margarida Matos Rosa revelou que a AdC aplicou em 2018 e no primeiro semestre de 2019 um total de 13,6 milhões de euros em coimas. Desse montante, 12 milhões foram aplicados à Fidelidade e Multicare "por práticas restritivas da concorrência de repartição de mercados através da alocação de clientes". 

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