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A verdadeira Casa de Chocolate fica no Porto

A Arcádia continua a fazer chocolates artesanalmente mesmo com uma rede de lojas em expansão. E no Natal duplica os turnos e a produção.

Paulo Duarte/Negócios
27 de Novembro de 2013 às 22:00
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Ao fundo da loja da Arcádia, na estreita Rua do Almada, na baixa do Porto, há uma porta de madeira arredondada que mais parece a entrada para a Casa de Chocolate de Tim Burton e Johnny Depp. Lá dentro, no entanto, o cenário é bem diferente. É num espaço de poucos metros quadrados, onde se mantêm traços da chocolataria original, dos anos 30, que se produzem 60 mil chocolates por dia.

Lá dentro, pouco mais de uma dezena de funcionárias enchem moldes, cortam doces e cobrem pedaços de laranja com uma cortina de chocolate que se divide entre modernas máquinas "temperadoras" e tradicionais tachos de metal. Os chocolates são refrigerados, colocados em caixas grandes e enviados para o armazém de Grijó, que os embala e envia para as 20 lojas da empresa.

A nova geração da família fundadora, personificada nos irmãos Bastos (João e Margarida), explica que este cunho artesanal é para manter, apesar da alucinação que é a altura do Natal. "Normalmente trabalhamos das 8 às 17 horas e agora estamos a funcionar das 7h30 às 23 da noite", explica João Bastos. A Arcádia tem de reforçar pessoal. Para as lojas são 10 ou 12 pessoas e para a produção sete trabalhadores, eventuais contratados. As lojas mantêm o horário, mas a produção acrescenta um turno. "Quase que duplicamos a capacidade de produção desde meados de Setembro até ao Natal", diz João Bastos.

"Produzimos 500 a 600 quilos por dia", nesta altura, adianta o administrador da Arcádia. "A partir de Agosto começamos a incrementar a produção para o Natal e vamos sempre em crescendo até mesmo à véspera. A grande semana é essa". Dos 5 milhões de euros que a empresa deverá facturar este ano, 20% a 25% são receitas das vendas no Natal.

Pelo meio da expansão da rede de lojas, que vai crescer agora com mais dois espaços em Lisboa, a Arcádia quer rentabilizar o interesse na marca, que já faz parte do roteiro turístico do Porto. Para isso a zona de produção será remodelada para permitir visitas de grupos de curiosos para saberem como se faz o chocolate artesanal da marca.

O projecto que temos "era para provas de chocolate, contar a história da Arcádia e podem degustar e ver a produção. Temos muitos pedidos de grupos turísticos", explicam. Os principais hotéis do Porto recomendam uma visita à loja da Rua do Almada e o mais natural é os dois administradores quererem rentabilizar esse interesse.

E a "sagrada" internacionalização? O controlo que os irmãos Bastos têm e o reduzido prazo de validade dos chocolates da Arcádia complica a exportação. "Somos muito conhecidos em Portugal. A nível internacional, as nossas lojas e a nossa gama de produtos não envergonham ninguém. Podemos ter no futuro um conceito que faça sentido internacionalizar", diz João Bastos. E conclui: "Vamos desenvolver a nossa rede de lojas. Para irmos lá para fora faz sentido que seja com esse conceito. Com lojas próprias ou franqueadas. Logo se vê. E em locais em que Portugal tenha afinidades, como o Brasil ou Angola". Seria uma bela prenda no sapatinho dos irmãos Bastos.

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