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Comércio espera "alguma recuperação" como prenda de Natal

Quadra natalícia tem perspectivas menos pessimistas que há um ano. Mas há coisas que vieram para ficar.

Correio da Manhã
27 de Novembro de 2013 às 22:20
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"Os índices de confiança estão a recuperar, o consumo no alimentar até Setembro também", afirma Ana Isabel Trigo Morais. É por isso que a direcção da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição) espera "que o Natal venha a ajudar a recuperar as quebras do ano".

A directora-geral da associação que reúne os principais grupos de distribuição portugueses e estrangeiros a operar no País admite: "Estamos expectantes para recuperar perdas anteriores". Com a salvaguarda de que "de qualquer forma, é preciso ter em conta que não se pode onerar mais o mercado interno", Isabel Trigo Morais sublinha contudo que "o consumo animou um pouco, mas está longe de recuperar".

Percepção semelhante tem Ana Vieira, secretária-geral da CCP (Confederação do Comércio e Serviços de Portugal) que acredita que por pouco pessimistas que sejam as perspectivas para a quadra natalícia, a época "não vai dar para recuperar o ano inteiro" que termina num mês.

CCP vê "sinais" positivos

"A nossa percepção é que este Natal, face ao último, será um pouco melhor", reconhece, ainda assim, Ana Vieira. Há, face a um "Natal de 2012" que "foi muito mau", uma perspectiva "um pouco mais positiva", ou melhor dizendo "um pouco menos negativa" que há um ano.

Há "sinais", advoga a secretária-geral da CCP, face ao que tem sido "a política de austeridade seguida" até agora, "de menor receio" da parte dos consumidores. "Até porque", continua, "as pessoas vão começando a admitir que um conjunto de realidades vieram para ficar". E com as realidades, vieram os hábitos de compra: "Como uma maior preocupação com o tipo de gastos, que tendem a ser menores; e prendas que tendem a ser mais pensadas".

"O paradigma do consumo mudou", concorda Isabel Trigo Morais, que justifica: "Não só devido à crise, mas também devido ao comércio electrónico e à forma como hoje em dia se consulta e partilha a informação". "As pessoas procuram as melhores oportunidades, comparam mais os preços, e fazem menos compras por impulso. Os retalhistas têm de se saber adaptar a este novo perfil de cliente, informado e atento, que exige dinâmica promocional para fazer as suas compras". A directora-geral da APED recorda que "no primeiro semestre deste ano, cerca de 25% das vendas realizadas foram feitas com base em promoções" e defende que "quando entrar em vigor, o novo quadro legislativo para as práticas restritivas no comércio poderá vir a ter impactos negativos para os consumidores", como a APED já alertou.

Para a secretária-geral da CCP as categorias com melhores perspectivas são os livros, brinquedos, e bens duradouros como electrodomésticos, que os portugueses optam por comprar com o subsídio de Natal. E depois, toda a parte alimentar, característica desta altura. Há piores perspectivas para os bens de luxo? "Nem por isso. Há públicos para tudo, até porque é a classe média que tem sido mais prejudicada", acredita.

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